O canal vem ganhando força nos últimos anos, principalmente em regiões mais adensadas. Outro formato que tem crescido é o de lojas gourmet
Por Larissa Varjão
Desde 2020, foram identificadas, pela Bnex, 521 novas lojas do canal alimentar no país, sendo 37,1% de atacarejo, 35,1% de vizinhança, 25,9% de supermercados e 1,2% de hipermercados. “A minha visão sobre o atacarejo é que, desde os últimos anos, ele passou a ser um canal mais democrático. As redes passaram a investir em maior mix de produtos e experiências dos shoppers”, revela Evandro Alampi, Head de inteligência na Bnex, empresa de ciência de consumo, em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News. Segundo o executivo, apesar de ser o que mais cresce, o ritmo dos atacarejos vem desacelerando. “Primeiro porque já teve uma expansão forte em meados de 2018 e 2019, 2020 e acelerou bastante nesse pós-pandemia. Então vem desacelerando porque aumentou muito a competição; muitas lojas já foram abertas e também há canibalização de lojas existentes da mesma rede”, explica.
Desafios
Sobre o modelo de vizinhança, o executivo observa que o canal vem ganhando força nos últimos anos, principalmente em regiões mais adensadas. Outro formato que tem crescido é o de lojas gourmet. “As lojas vêm ganhando espaço principalmente quando estão focadas em hortifrutis, à essa questão de qualidade de vida”, explica. Para Evandro, o desafio de todos os formatos é entender e ouvir o shopper. “É necessário entender seu público, quem são seus shoppers e pensar como atendê-los pensando na cesta de compra desse cliente. Então, se a gente consegue consolidar a jornada de compra dele em um único estabelecimento com qualidade, facilita a vida dele”, afirma.
Digitalização
A digitalização das vendas não deve atrapalhar as operações físicas. Pelo contrário, o digital acaba até ajudando, destaca Evandro. “O que importa é que seja meu cliente e não compre em concorrente, independente dos meios.” Contudo, há também uma flutuação entre os canais por parte do consumidor brasileiro. “Faz parte da compra em um canal, e o resto em outro”, observa. Para o head, a tendência para os próximos anos deve ser uma “consolidação do mercado”. “Essa tendência está mais ligada a redes se agrupando, aquisições; eu vejo que está muito pautado a isso nos próximos anos, para tentar cada vez mais estar próximo do cliente, independente do formato”, finaliza o executivo.
Fonte: Giro News