Formato ultrapassou o hipermercado Extra, que terá duas lojas convertidas para o atacarejo no segundo semestre do ano
O cash & carry Assaí já é o formato com maior participação nas vendas brutas do segmento alimentar do GPA. No primeiro trimestre deste ano, sua fatia atingiu 32%, contra 28% de 2015. A companhia não divulgou a representatividade do hipermercado Extra individualmente (os dados foram somados aos supermercados da marca), mas confirmou a liderança do atacarejo no balanço divulgado hoje (11/05).
A bandeira apresentou, no período, crescimento nominal de 36,2% na receita líquida, alcançando R$ 3,1 bilhões nos primeiros três meses de 2016. “O crescimento foi o dobro do mercado”, disse Belmiro Gomes, presidente do Assaí, durante teleconferência com analistas de mercado. Segundo ele, a atual conjuntura econômica favorece bastante o formato, pois tem levado o consumidor a buscar economia no formato. “Isso é visível em todas as regiões do País e classes sociais”.
No conceito mesmas lojas, a companhia informou um aumento de dois dígitos no atacarejo, enquanto toda a divisão alimentar registrou 6%. A alta é atribuída à abertura de nove lojas nos últimos 12 meses, sendo uma no primeiro trimestre deste ano. Para 2016, a expectativa é de abrir de 12 a 15 filiais. Neste ano, também haverá a conversão de doishipermercados para o cash & carry: um no Estado de São Paulo e outro no Rio de Janeiro. “Essas unidades ficam em locais onde o formato tem boa aderência”, comentou Gomes.
Para definir as conversões, a companhia analisou o potencial de cada região com foco no público alvo do Assaí (comerciantes, utilizadores e transformadores). Também foi considerada a crescente demanda de pessoas físicas nas lojas. Somam-se a isso variáveis como localização, estrutura das lojas e mercado local. “Escolhemos, neste caso, as duas que, pelo nosso plano de negócio, apresentarão maior volume e resposta à conversão”, afirmou Ronaldo Iabrudi, presidente do GPA, também durante a teleconferência. A ideia é analisar os resultados e definir se haverá mais transformações. “Já enxergamos outras possibilidades de conversão”, ressaltou o executivo.
De acordo com Christophe José Hidalgo, diretor vice-presidente de finanças, o investimento para converter as duas unidades é 20% menor por metro quadrado do que para construir. A expectativa é de duplicar as vendas nas duas filiais, que serão convertidas no segundo semestre do ano.
O GPA Alimentar registrou crescimento de 10,9% em receita líquida no trimestre, totalizando R$ 9,9 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 409 milhões, uma queda de 24%. Segundo a empresa, isso se deve ao aumento de custos, como energia elétrica, cuja alta foi de 40% no trimestre. Também teve impacto o investimento da companhia em margem para a recém-implantada estratégia de promoções progressivas na bandeira Extra. Isso, entre outros fatores, levou a divisão a fechar os primeiros três meses do ano com lucro líquido ajustado de R$ 33 milhões, queda de 77% sobre mesmo período de 2015.