Por Paulo Gratão | Após destronar O Boticário em 2022, a Cacau Show ampliou a liderança no número de unidades abertas em 2023, de acordo com ranking divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). A franquia de chocolates alcançou a marca de 4216 unidades em funcionamento, um crescimento de 10,70% em relação ao ano anterior. A lista considera apenas os associados à entidade.
A rede fundada por Alê Costa abriu quase 500 unidades ao longo de 2023, e passou a apostar também em frentes de entrenimento, como a inauguração de uma montanha-russa na fábrica de São Paulo e de um novo hotel no interior paulista. A marca sofreu um grave revés no último trimestre, com um incêndio na fábrica localizada no Espírito Santo. Na época, foi informado que o incidente não afetaria a produção da marca, e que a planta era responsável por 19% do negócio.
“Pelo segundo ano consecutivo somos a maior franqueadora do Brasil, este é um marco incrível para nossa história porque mostra que estamos na direção certa. São 20 anos de franchising de muito compromisso com cada um de nossos franqueados. Sem essa turma, nada disso seria possível”, diz Alê Costa, a PEGN.
Os crescimentos mais acentuados nessa edição do estudo foram da rede novata Decor Colors, especializada no ramo de tintas e que tem João Appolinário como um dos sócios, com um incremento de 96,90% no número de lojas, e a Kopenhagen, com 23,8% a mais de lojas.
A rede de tintas foi fundada por Leonardo Arruda, também conhecido como Léo Tintas, e recebeu um aporte de R$ 10 milhões de Appolinário, que comprou 50% da empresa durante um programa de televisão em 2021. No ano passado, a marca abriu entre 20 e 25 franquias por mês com o suporte de uma planta fabril inaugurada em Salto (SP), com maquinário tecnológico e automatizado. A rede também viveu um movimento de conversão de lojas próprias em franquias.
Já a Kopenhagen, do Grupo CRM, protagonizou uma das maiores movimentações do setor no ano passado, com a entrada da Nestlé no negócio. A aquisição ainda aguarda análise do Cade, mas paralelamente a isso, a marca colocou o pé no acelerador na inauguração de lojas. “Faz parte da nossa agenda de expansão que vem sendo acelerada desde 2022 e que em 2024 vai se intensificar ainda mais, a nossa expectativa é triplicar de tamanho até 2026”, diz Renata Moraes Vichi, CEO do Grupo CRM. O plano é abrir mais 220 unidades Kopenhagen em 2024.
Em contrapartida, a rede que mais fechou unidades no período, de acordo com o ranking, foi a KNN, de ensino de idiomas, que retraiu em 27,10% o número de escolas em funcionamento.
Reginaldo Boeira, fundador da KNN, afirma que o ano de 2023 foi marcado por uma revisão na rede de franqueados da marca, com alguns encerramentos de contratos. “Nós começamos a reestruturar a KNN focando em empreendedores que tivessem o perfil da escola. Existiam casos de ex-franqueados, o que é normal neste mercado de franquias, que acreditavam que simplesmente ao comprar uma franquia, com nome no mercado, ela se tocaria sozinha, e não acontece dessa forma”, diz.
O Subway, que esteve no centro do noticiário de negócios no último trimestre do ano, por conta da crise da SouthRock, representou a segunda queda mais acentuada no período. A rede caiu 18,20% em número de lojas em relação a 2022. Mesmo assim, ainda está entre as sete maiores franqueadoras em operação no país.
Assim que a crise da SouthRock foi revelada, a matriz do Subway revogou o contrato de máster-franquia com a SouthRock, que havia sido firmado em maio de 2022, e reassumiu a gestão. Um comunicado da rede enviado aos franqueados, ao qual PEGN teve acesso na ocasião, apresentava Bruno de Queiroz, da Galeazzi & Associados, como supervisor da transição. Especialistas apostam que esse movimento sinalize que a Doctor’s Associates LLC, franqueadora da Subway, busque por um novo máster-franqueado no país.
Alguns insights do ranking deste ano:
- Alimentação (33%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (16%) e Moda (16%) são os segmentos mais representativos
- 95% atuam com o modelo de loja
- 78% das marcas têm mais de 10 anos de franchising
- 88% são sediadas no Sudeste
- 43 são brasileiras
- 67% das unidades estão localizadas no interior
- As empresas do ranking somam 50.717 unidades
Fonte: PEGN