O mundo como conhecemos hoje vem assistindo a uma explosão de dados sem precedentes. De acordo com a IDC, o volume de dados gerados até 2020 será de 40 zettabytes — 1 zettabyte é equivalente a um bilhão de terabytes —, o que representa um crescimento de 50 vezes em relação a 2010. Tão impressionante quanto esse aumento é a mudança na forma com que esses dados estão sendo gerados, pois cada vez mais eles vêm de fontes não estruturadas, como sensores, e-mails, mídias sociais, GPS, vídeos, etc. Ainda segundo a IDC, 90% de todos os dados criados na próxima década surgirão de maneira não estruturada, sem modelos pré-definidos ou organização.
Em meio a esse cenário, ocorreu recentemente, no início de agosto deste ano, mais uma edição do Singularity University Global Summit, em São Francisco, na Califórnia, evento que trata sobre o futuro dos negócios, da tecnologia e da humanidade. Alguns dados interessantes extraídos após três dias de evento:
— Em 2010, 1,8 bilhão de pessoas estavam conectadas à internet. Neste ano, são 3 bilhões. Entre 2022 e 2025, será o mundo inteiro;
— As ferramentas do nosso tempo são big data e inteligência artificial, sob suas variadas formas;
— Em 2020, 85% das interações com clientes serão por meio de máquinas. E essa será uma das formas de se diferenciar dos concorrentes;
— Existem 2,6 bilhões de smartphones no mundo. E nove vezes mais dados foram gerados somente nos últimos dois anos.
Mas o que isso tudo tem a ver com o varejo? Bem, antes de mais nada é preciso dizer que dados por si só não exercem nenhuma função estratégica para as corporações se não forem transformados em informações que, por sua vez, gerem conhecimento de negócio e impactem diretamente processos decisórios capazes de criar valor para as organizações.
Em um setor altamente dinâmico e competitivo como o varejo, o conhecimento sobre as necessidades do cliente, as operações, a dinâmica dos preços, volume dos estoques, a eficiência logística e a concorrência, entre outros itens, pode significar a linha que separa o sucesso do fracasso, vencedores e perdedores, crescimento do encerramento das atividades. Ou seja, é crítico que as empresas de varejo criem mecanismos para explorar seus dados de modo assertivo, rápido e inteligente. E mecanismo não representa apenas tecnologia, mas também processos e pessoas capacitadas para lidar com essa nova realidade digital.
Como solucionar este desafio? A resposta é arquitetura. Por definição, arquitetura é a arte e técnica de organizar espaços e criar ambientes para abrigar os diversos tipos de atividades humanas. Em termos mais práticos podemos dizer que ela trata destacadamente da organização do espaço e de seus elementos. E o que isso tem a ver com dados, tecnologias, processos e pessoas?
Estabelecer uma arquitetura de dados significa colocar os influenciadores e decisores corporativos em uma plataforma única, em que as decisões se baseiem em análises de fatos e estatísticas atualizadas continuamente e dinamicamente, na velocidade que o ambiente de negócios atual exige, afinal o comportamento dos clientes está mudando a toda hora, os concorrentes estão criando ações continuamente, e por aí vai. Dado que tudo isso é cada vez mais presente que futuro, como se preparar, então?
Bem, parte da resposta está no que chamamos de Arquitetura Unificada de Dados (UDA, na sigla em inglês). Ela nada mais é do que uma forma de organização que procura combinar capacidades de análise por uma infinidade de tipos de dados, encontrando as respostas acionáveis para as perguntas certas, sendo uma ferramenta disponível no tempo certo para as pessoas adequadas.
Imagine um varejista que conseguisse aprender e reagir em tempo real às interações de seus clientes via mídias sociais, que pudesse estabelecer um contato realmente personalizado nos diversos canais de atendimento, que conhecesse os hábitos de consumo de maneira realmente individualizada de cada cliente e pudesse propor ações diferenciadas, não para o grupo de consumidores A ou B, mas especialmente para Cláudia, Maria ou João. Imaginou? Pois é esse o grau de maturidade que, os clientes, esperam que as empresas atinjam rapidamente para de fato os engajar e torna-los embaixadores de suas marcas.
Lembre-se: seus clientes, operações e mercado estarão gerando dados ininterruptamente. O que você vai fazer com eles? A onda do e-commerce já passou, o consumidor hiperconectado hoje espera pelo novo “e-”, que deixou de ser “electronic” e passou a ser “everywhere”. O mundo é omnichannel e seu cliente espera o mesmo de você. Bem-vindo à era da arquitetura unificada de dados. Pode apostar, ela será condição para o sucesso dos negócios nesta era digital. Vai ficar de fora?
Fonte: Computerworld