Por Redação | Atenta à crescente necessidade de reduzir os impactos na cadeia de produção, a Arezzo&Co planeja rastrear 100% da cadeia de couro até 2030. Com potencial de integração e segurança no tratamento dos dados, a tecnologia blockchain é a grande aliada desse projeto, que teve início em 2022 em sua fase de teste. Agora, a companhia se prepara para mapear integralmente todos os elos envolvidos na produção da principal matéria-prima da marca, das fábricas às fazendas de criação.
Liderado pela área de sustentabilidade do conglomerado de moda & lifestyle, a iniciativa também foi construída de maneira colaborativa com fornecedores e parceiros. A Blockforce, consultoria especializada em blockchain e que conta com um histórico de projetos desenvolvidos para o setor de moda, foi a escolhida para conduzir a criação da plataforma customizada.
Hoje, a Arezzo&Co conta com um sistema de rastreamento que integra informações como origem, autenticidade, movimentação e produção da matéria-prima, de maneira imutável e criptografada, o que garante a transparência e o compartilhamento seguro dos dados.
“Desde o começo, buscamos o olhar de todas as partes envolvidas nesse processo. Além de garantir a visão dos nossos parceiros a esse projeto piloto, também tivemos a participação ativa dos profissionais das fábricas, da área de sourcing e da própria diretoria. Durante a execução desse fluxo, foi atestado que os sistemas conseguiam integrar os dados e nos dar uma fotografia precisa da sequência documental necessária para o rastreamento”, afirma Suelen Joner, head de ESG da Arezzo&Co.
Além disso, a rastreabilidade do couro também impacta na jornada de descarbonização e redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Recentemente, a companhia deu mais um passo importante neste sentido e obteve a validação do Science Based Targets Initiative (SBTi) para as suas metas de curto prazo a longo prazo, mirando no NetZero até 2050. Ao se aliar à iniciativa global, que busca limitar o aumento da temperatura em 1,5º em relação aos níveis pré-industriais, a companhia garante a consistência do seu compromisso de combate às mudanças climáticas, em linha com os padrões científicos.
Liderança no setor e engajamento da cadeia
Com avanços consistentes ao lado de seus parceiros, a Arezzo&Co lidera a agenda de rastreabilidade do couro no setor de moda brasileiro. Já nos primeiros meses, alcançou a meta inicial de ter 20% do couro rastreado, estipulada no início do projeto piloto.
Entretanto, a complexidade e a grandeza da cadeia, aliada a alguns desafios operacionais, como ao fato de alguns pequenos fornecedores não utilizarem recursos digitais no dia a dia, por exemplo, têm sido desafios significativos no processo.
“Atualmente, 27% do couro utilizado em nossos produtos é rastreado e vamos alcançar 100% da cadeia até 2030. Para isso, estamos fortalecendo o trabalho de engajamento com o nosso ecossistema de parceiros. Como a maior house of brands de moda do País, temos um papel importante nessa frente e a oportunidade de ampliar as discussões sobre essa agenda no Brasil”, diz Suelen.
Segundo a executiva, o tema é tratado como prioridade dentro da estratégia ESG, que também integra e conduz a visão de negócio da companhia. “Mas, precisamos impulsionar a rastreabilidade do couro em toda a cadeia para alcançarmos avanços cada vez mais sólidos”, reconhece.
A empresa já realiza um trabalho de aproximação com os elos da cadeia, com o objetivo de conhecer as estruturas operacionais, entender quais são as principais dificuldades de cada um e como encontrar caminhos para a superação dos obstáculos. Com isso, objetiva gerar mais conscientização sobre a importância do rastreamento do couro, além de encontrar formas de melhorar o processo para as outras pontas da cadeia.
Avanços e iniciativas da jornada de sustentabilidade
Recentemente, a Arezzo&Co se aliou à Deforestation-Free Call to Action for Leather, iniciativa global, coordenada por Textile Exchange, Leather Working Group (LWG) e World Wildlife Fund (WWF), que convoca marcas e varejistas a utilizar couro bovino de cadeias de suprimentos livres de desmatamento até 2030.
Além disso, também tem utilizado a tecnologia blockchain para monitorar o algodão usado nas peças até a sua propriedade de origem. Lançada em 2021, essa foi a primeira iniciativa de rastreabilidade em larga escala da cadeia têxtil nacional.
A estratégia ESG da companhia se apoia nos pilares de produção responsável, meio ambiente saudável, pessoas empoderadas e comunicação transparente, com iniciativas que vão desde logística reversa, pós-consumo e energia renovável até capacitação, diversidade e inclusão.
Entre as metas estipuladas estão: 100% da cadeia de fornecedores diretos de produto acabado e seus subcontratados certificados em aspectos socioambientais até 2024; 60% de materiais sustentáveis em todos os produtos e implantação de logística reversa em 100% das lojas próprias e franquias nacionais até 2030, entre outras.
Fonte: Mercado e Consumo