A Arezzo & Co, com sete marcas de moda e calçados, acaba de lançar uma nova plataforma digital. A empresa lançou a ZZ Mall, plataforma de marketplace que irá centralizar todas as marcas em um mesmo lugar e consolidar as iniciativas de transformação digital da companhia. O nome da plataforma resgata o “z” duplo de Arezzo, a parte mais forte da marca, segundo Alexandre Birman, presidente , em entrevista exclusivo à EXAME.
Com sete marcas, a Arezzo calça os pés das brasileiras há quase 50 anos. A marca mais recente no portfólio é a americana Vans – em outubro do ano passado, a Arezzo passou a ser distribuidora exclusiva de calçados, vestuário e acessórios da marca Vans em todo o território brasileiro.
A Arezzo atua com suas marcas “core” Arezzo e Ana Capri, voltadas para as classes A e B, as marcas de luxo e moda Schutz e Alexandre Birman, as marcas emergentes, como Fiever e Alme, focadas em tênis e bem-estar, e a marca de estilo de vida, a Vans, que engloba também moda, itens masculinos e infantis.
Com sete marcas, a Arezzo acredita que há espaço para mais. “Buscamos sim a consolidação de outras categorias e outras marcas, para complementar o portfólio”, diz Birman. Um foco é a categoria de estilo de vida, hoje ocupada apenas pela Vans.
Plataforma única
Além do crescimento inorgânico, a grande aposta da companhia é sua transformação digital e a plataforma única de comércio eletrônico. “Falar disso dá até um frio na barriga, porque é fruto de muito trabalho”, diz o presidente. Pela primeira vez será possível comprar produtos de todas as marcas em um mesmo lugar, com envio e frete único. Para a cidade de São Paulo, estará disponível a entrega no dia seguinte.
Segundo o presidente, a plataforma já nasce com um grande potencial de público: são 10,2 milhões de clientes cadastrados, sendo 3 milhões de clientes ativas que fizeram compras nos últimos 12 meses.
Cerca de um mês após o lançamento da plataforma, a empresa irá abrir o marketplace para outras 10 marcas para complementar a oferta, com itens de vestuário, joias, acessórios de decoração para a casa e outros.
A empresa entra em um mercado já dominado por outras empresas – Dafiti vende até móveis e a C&A reforçou seu marketplace recentemente para vender joias, decoração, itens de beleza, itens para pets, games e eletrônicos. O marketplace também traz produtos de outras marcas de roupas. “O que nos diferencia é a curadoria”, diz Aline Penna, diretora de relações com investidores na Arezzo. “Não queremos ter um grande volume de vendedores, mas sim bons vendedores.”
Outro diferencial devem ser os serviços oferecidos. A ideia é que consumidoras possam revender seus calçados da marca e ganhar bônus de descontos na compra de produtos novos. No futuro, consertos de bolsas e outros serviços também devem ser oferecidos, além de conteúdos de moda, decoração e outros.
Omnicanalidade
A Arezzo inaugurou, há cerca de um mês, sua primeira loja digital, no Shopping Morumbi. Uma parte da loja é voltada para que as vendedoras passem o tempo no celular. Se não estiverem atendendo presencialmente uma consumidora, é esperado que estejam no Whatsapp ou redes sociais para se comunicar com as clientes.
Há ainda uma área apenas voltada para tênis, uma categoria que cresceu na quarentena e hoje é responsável por mais de 40% das vendas em todas as marcas. Também há um serviço de customização, para aplicar as iniciais das consumidoras nos produtos.
Os investimentos nos negócios digitais são fruto de uma estratégia definida no ano passado. Segundo Birman, a cada cinco anos a diretoria passa quase um semestre revisitando todos seus negócios para definir quais serão os planos do próximo ciclo. Com a ajuda da consultoria Bain & Company, a Arezzo definiu que apostaria tudo no digital.
Com a pandemia, porém, os planos que seriam desenvolvidos em três anos foram colocados em prática em três meses. “Não precisamos sair inventando nada, mas fizemos a aceleração de um planejamento bem feito”, diz o presidente. “A empresa tem um DNA de inovação constante. Não é só porque a inovação está em voga que a Arezzo vai se renovar. Foi assim nas últimas cinco décadas.”
Fonte: Exame