O Magazine Luiza vem dando sinais claros que 2017 deverá ser uma ano positivo para a empresa. Investindo em vários movimentos complementares, do físico ao digital, da inovação a gestão, a empresa vem colhendo resultados que sinalizam vigor na operação, indicativos de expansão e visão de negócio de longo prazo ajustada ao digital e as tendências dos negócios no varejo. Separamos quatro itens que reforçam nossa aposta:
1- Inovação
A empresa criou o Luiza Labs — o laboratório de tecnologia e inovação voltado à criação de produtos e serviços para o varejo com base em novas tecnologias e foco em Big Data, mobile e plataformas digitais. Sob a direção de André Fatala, o time do Luiza Labs é formado por 110 pessoas, sendo que 95% dos funcionários são desenvolvedores, mas os grupos de trabalho são multidisciplinares e atuam de acordo com a estratégia do negócio.
“Temos interface com outras áreas no sentido de buscar insights para o que precisamos solucionar. Nosso objetivo, desde o início, é construir e desenvolver produtos e não ficar esperando. A ideia sempre foi colocar os produtos em prática e, a partir do feedback dos clientes, perceber o quanto evoluiu ou se precisa matar o projeto.”, diz André.
Uma aliada neste processo é a plataforma de Big Data que serve todos os canais de venda e permite enxergar o comportamento dos clientes nos canais digitais. Um dos frutos foi o Magazine Você, uma plataforma online na qual os consumidores podem criar suas próprias lojas online com produtos do Magazine Luiza. De janeiro a outubro deste ano, foram criadas 380 mil dessas lojas. Outra iniciativa foi o desenvolvimento do aplicativo de compras, que registrou, até outubro de 2016, mais de três milhões de downloads. O Luiza Labs também mudou, personalizou e aumentou a adesão das listas de casamento online da marca.
Para tornar o Labs possível, o “empurrão” veio de Frederico Trajano, o Fred, como é conhecido o CEO da empresa. Foi ele quem, lá atrás, quando era diretor de operações, enxergou na inovação digital a solução para conquistar o consumidor da internet.
COMO TORNAR A INOVAÇÃO ACESSÍVEL?
Nas 780 lojas da rede, os oito mil vendedores passaram a usar aplicativos para realizar atividades como gerenciamento do estoque, acompanhamento da entrega do produto e, até, receber o pagamento.
Além de naturalizar a tecnologia nas lojas, as rede física e online foram interligadas também para o cliente: ele pode buscar e comprar um produto pelo aplicativo, por exemplo, e buscá-lo numa loja física. “O importante é criar a similaridade da experiência. Isso permite que o cliente não enxergue apenas o canal, mas a marca Magazine Luiza”, afirma André.
Outro passo é levar métricas e aferições digitais para colher dados do mundo físico. Este ano, as lojas receberam um totem que, além de contar o fluxo de visitantes, mostra quantas das pessoas que entraram nas lojas adquiriram produtos e o valor médio das compras. Os planos incluem ainda investir em inteligência artificial e em bots, instalando sensores nas lojas que permitam entender o comportamento dos clientes.
2- Lojas como mini centros de distribuição
O Magazine Luiza deve transformar suas cerca de 800 lojas em espécies de mini centros de distribuição, a fim de armazenar produtos para entrega direta ao consumidor ou para que o cliente os retire em loja, no caso de venda on-line.
“Devemos passar a fazer entregas a partir das lojas, transformando-as em mini centros de distribuição já no próximo ano”, disse o diretor de logística, Decio Sonohara, durante o Magazine Luiza Day – encontro da diretoria da empresa com analistas e investidores, em São Paulo.
A empresa está trocando sistemas de gestão dos centros de distribuição e finalizará essa mudança em 2017. Além disso, o executivo informou que a empresa quer implantar o sistema “retira em loja” em até 48 horas para todos os pontos do grupo em 2017.
Frederico Trajano, presidente da varejista, mencionou como analisa o futuro da lojas físicas no setor: em um ambiente de expansão da venda on-line, ele entende que o custo dos pontos terá que cair “radicalmente” para que o modelo seja sustentável a longo prazo.
“O consumidor aceita pagar de 5% a 10% a mais por um produto em relação ao preço que há no site e, para vender com essa diferença, a loja tem que ser mais eficiente do que é hoje”, disse.
3- Expansão com novas lojas
O Magazine Luiza espera acelerar a abertura de novas lojas em 2017, segundo informou o vice-presidente comercial da companhia, Fabrício Garcia. Em reunião com analistas e investidores, ele afirmou que a companhia espera inaugurar mais lojas do que em 2016, quando foram abertas 20 unidades.
Além das aberturas de lojas, o Magazine Luiza deve concluir no próximo ano um projeto de melhorias nos pontos de venda, que se concentra na troca do mobiliário de produtos de tecnologia. Serão mais 106 lojas renovadas no próximo ano, afirmou.
Frederico Trajano disse que “não há como fazer dinheiro com operação de site separado da loja física”. “Até um tempo atrás, eu via gente perguntando se não íamos fazer um spin-off [separação] do braço do site, e hoje a gente vê rede voltando a operar junto”, disse.
4- Valorização das ações
A varejista Magazine Luiza foi a líder de ganhos na Bovespa em 2016, divulgou a consultoria Economatica, com base em dados preliminares até 23 de dezembro.
A ação, que subiu 499,4 por cento no período, foi escolhida num universo de 16 ações que no ano tiveram valorização superior a 100 por cento. Todas com volume médio diário acima de um milhão de reais.
O resultado demonstra o vigor e as apostas certeiras da empresa.