Mas esse número cresceu um pouco. No ano passado, somente 21,8% dos brasileiros podiam ser enquadrados nessa categoria
Um em cada três brasileiros pode ser considerado um consumidor consciente. Antes da compra, ele se preocupa com fatores financeiros e até socioambientais É o que mostra a pesquisa mais recente do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
No ano passado, somente 21,8% dos brasileiros podiam ser enquadrados nessa categoria. Neste ano, houve uma evolução. Eles já somam 32%.
Para definir o perfil dos consumidores, foram considerados diversos indicadores relacionados a aspectos específicos de uma compra, como a preocupação com o saldo de sua conta-corrente e o impacto ambiental.
Um dos indicadores, que observa a habilidade para lidar com os apelos do consumismo e a capacidade de gerenciar as finanças, apresentou evolução.
A decisão de frear o impulso de fazer compras desnecessárias, por exemplo, se tornou um hábito mais comum. Cerca de 83% dizem que, quando sentem vontade de comprar algo, perguntam a si mesmos se realmente precisam e, caso contrário, deixam de comprar. Em 2015, o resultado foi de 75,3%.
Cheque especial
Houve mudança também na forma como o crédito é encarado. O percentual de consumidores que disseram não recorrer ao cheque especial ou ao limite do cartão de crédito para fechar as contas do mês passou de 77,1% para 84,7% neste ano. A evolução se deve, basicamente, à recessão.
“É uma conscientização na marra. Ele não tem mais margem para gastar, mas também não tem mais acesso a linhas de crédito”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
No quesito preocupação ambiental, como o consumo de água e luz, o indicador subiu de 71,7% para 72,5%. Já na avaliação do engajamento social, que observa a disposição de pensar coletivamente, houve um avanço de 68,1% para 70,6%.
Práticas financeiras
“A evolução que a gente teve em relação ao número de pessoas conscientes é bem-vinda, mas a melhora foi em práticas financeiras. A gente pode atribuir à crise, porque a melhora foi mais ligada à questão de dinheiro.”
“Mas falta priorizar o consumo consciente. O item finanças melhorou porque virou prioridade, em um contexto de inflação alta e desemprego elevado”, diz.
A pesquisa entrevistou 600 consumidores em todas as capitais e tem margem de erro de quatro pontos percentuais.