Por Isabela Rovaroto | Quem vê o sucesso da Chilli Beans, marca brasileira de óculos, relógios e acessórios, com as suas mais de 1.400 lojas, não imagina os perrengues que a rede sofreu no primeiro movimento de ir para fora. “Não é difícil abrir lojas fora do Brasil; o desafio é ter uma operação sólida e rentável”, diz o fundador Caito Maia.
Em 2005, a rede de franquias decidiu abrir a primeira loja em Lisboa, Portugal, passo que é visto hoje como prematuro pelo fundador da marca. Com mais anos de estrada, Maia acredita que o empreendedor deve extrair todas as oportunidades do mercado local antes de se aventurar em novas regiões. “A operação internacional drena muito dinheiro e pode tirar o foco.” Nesse processo, a Chilli Beans fechou algumas lojas e deixou a internacionalização em banho-maria por alguns anos.
De 2020 para cá, com maior maturidade e conhecimento, a coisa mudou, e a rede inaugurou 40 lojas, contabilizando 50 unidades em 18 países. Quem toca as lojas são empreendedores nativos, com experiência em varejo e no setor de franquias, de acordo com Maia.
O negócio está estruturado para avançar pela América Latina e pelos Estados Unidos, até pela proximidade de datas em que podem trabalhar campanhas ou promoções integradas, mas a Chilli Beans não quer abrir mão de oportunidades em outros destinos.
A meta é ter 100 franquias internacionais no médio prazo, aumentando a participação externa para 10% da receita total — no ano passado, a divisão representou 5% do faturamento de 1,2 bilhão de reais.
Novidades na logística internacional
Um item crucial para bater esses números é um hub em desenvolvimento na China, para remodelar a estrutura logística. Óculos e estojos sairão diretamente da Ásia para as lojas estrangeiras, sem passagem pelo Brasil, como é feito hoje.
Além de aumentar a margem de lucro dos franqueados, a economia gerada será reinvestida em ações de marketing para tornar a marca mais conhecida mundo afora. “A operação na China vai começar neste ano, mas a transferência completa só será concluída em dois anos”, diz Maia.
Fonte: Exame