Apesar da importância que o varejo online ganhou com a pandemia, o segmento ainda representa muito pouco das vendas do comércio como um todo. Mas, segundo executivos da área, a previsão é de crescimento mais acelerado nos próximos anos. Em 2018, o último dado disponível do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio online respondia por 3,8% do faturamento do varejo restrito – que não inclui veículos e materiais de construção. Projeções feitas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),com base em dados das vendas online com nota fiscal computadas pela Receita Federal, mostram que a fatia das vendas do e-commerce subiu para 4,1%, em 2019, e deve ter atingido 6% no ano passado, com uma receita de R$ 134,9 bilhões. “De 4% para 6% é um salto, que evitou que o estrago fosse maior”, afirma o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, responsável pelas projeções. Ele observa que, nos últimos anos, havia uma tendência de crescimento da participação do varejo online no comércio como um todo. Esse avanço foi, em média, de 0,3 ponto porcentual ao ano. Para 2020, Bentes projeta, com base nos dados disponíveis, um crescimento bem maior, de dois pontos porcentuais. Se esse ritmo for mantido, o economista acredita que essa fatia poderá alcançar 10% em cinco anos. Já o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, projeta que o varejo online deve ter fechado o ano passado com uma participação entre 7% e 8% no varejo como um todo, podendo atingir 10% em dois anos. “O comércio online representa pouco ainda e deve crescer muito como fatia do varejo restrito”, diz Terra. Ele compara a importância do e-commerce no Brasil em relação a outros países. Na China, por exemplo, a participação é de 30%, na Inglaterra de 22%, e nos Estados Unidos de 20%. Bem mais otimista, Felipe Dellacqua, sócio da Vtex, empresa que provê plataforma de e-commerce para um quarto das lojas virtuais do País, diz que o faturamento do online já representa mais de 10% do total do varejo brasileiro. “No ano passado (2019), fechamos em 4,5% e neste ano (2020) mais que dobramos.” Ele argumenta que houve muita venda que migrou do varejo físico para o digital.
Leia esse artigo em: