A Lojas Americanas espera cumprir o plano de expansão previsto até 2019 e ainda abrir frentes, como franquias, para o modelo de lojas de conveniência. O diretor financeiro e de relações com investidores, Carlos Padilha, se diz otimista em relação ao próximo ano e cita o resultado das vendas na Black Friday como um termômetro para isso. Para 2019, o ele vê a possibilidade de manutenção da margem Ebitda (sigla para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de 20%, em linha com o resultado de 2018.
“Uma margem Ebitda ‘flat’ seria razoável para se considerar. É um pensamento inicial”, afirmou. Nos nove meses até setembro, esse indicador da companhia foi de 21,2%.
As vendas no quarto trimestre em datas como a Black Friday, Dia das Crianças e Natal farão com que o resultado do período “seja muito bom”, nas palavras do executivo. “Estamos confiantes quanto ao crescimento da economia.” A empresa se reuniu com analistas em sua sede no Rio, ontem. Segundo o diretor, o plano de investimentos da Lojas Americanas “não tem a menor expectativa de ser frustrado”. ” [O ano de] 2019 tem tudo para ser muito bom. A Red Friday (como a Black Friday é chamada na companhia) é um termômetro. Estamos otimistas para continuar no ciclo de crescimento que temos mostrado”, afirmou.
A varejista anunciou, no fim de 2014, novo plano de expansão para o período de 2015 a 2019, com previsão de abertura de 800 novas lojas e investimentos de R$ 4 bilhões. Até setembro deste ano, tinha 442 pontos de venda abertos dentro deste plano, chegando a 1.360 pontos de venda. O plano de expansão prevê 1.700 até o fim do próximo ano. “Ainda é muito pouco em relação ao que podemos atingir, dado as dimensões do país e muitas oportunidades para abrir lojas em locais que não temos”, afirmou.
Atualmente, a empresa tem três modelos de lojas que pode adotar: o tradicional (pontos de 100 mil metros quadrados e oferta de 60 mil itens), express (40 mil metros e 15 mil itens) ou conveniência (100 metros quadrados e até 3 mil itens). “Não temos nada enlatado dentro da infraestrutura sobre o modelo a ser adotado. Temos flexibilidade de acordo com os pontos que identificamos o potencial”, afirmou.
Padilha também disse que não está em uma “corrida desenfreada” para abrir lojas sem garantia de retorno. “Só abrimos uma loja quando temos a certeza de ‘pay back’ [retorno] para que os investimentos voltem em até dois anos”, completou.
O modelo de loja de conveniência é o mais recente, adotado desde 2016. Este ano serão abertos 30 pontos de venda nesse formato. “Entendemos que este modelo de loja vai ser muito promissor. Estamos estudando o modelo de franquia a partir do próximo ano”, afirmou.
Um novo plano de expansão a partir de 2020 já está previsto, mas ele não deu mais detalhes. “Muito provavelmente vamos lançar um terceiro plano de expansão. Esse negócio não para, vemos a oportunidade de ser um diferencial de mercado brasileiro”, completou.
Hoje, a empresa tem 280 lojas em cidades com menos de 100 mil habitantes. Em alguns casos são cidades turísticas, como Búzios (RJ), por exemplo, onde a Lojas Americanas já planeja a abertura do terceiro ponto de venda.
Fonte: Valor Econômico