A América Latina e o Caribe evoluem rumo a uma transformação digital com um crescimento constante no desenvolvimento de infraestruturas e ferramentas tecnológicas, cujos progressos, no entanto, não refletem o potencial real da região, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira.
O relatório sobre o Índice de Evolução Digital para América Latina e Caribe (DEI LAC), elaborado pela The Fletcher School, da Universidade Tufts, em parceria com a Mastercard, afirma que o crescimento é evidente e tem um ritmo moderado, com o qual não materializa a digitalização em todos os níveis.
Segundo números coletados no DEI LAC, o comércio eletrônico na região aumentou de um mercado de 126 milhões de pessoas em 2016 para 156 milhões em 2019, o que em termos monetários representa passar de US$ 40 bilhões para US$ 80 bilhões no mesmo período.
Neste desenvolvimento, além da inovação, outros fatores-chave para o avanço digital são: os consumidores, este voltado à capacidade de fidelizar o cliente; os provedores, para melhorar o acesso e o desenvolvimento às infraestruturas; e as instituições necessárias para avanços em termos de confiança e eficiência.
“O propósito desta pesquisa é proporcionar aos legisladores e às empresas um panorama com dados valiosos que lhes permita aproveitar o enorme potencial econômico através do avanço digital”, comentou o decano de Negócios Globais da Fletcher School, Bhaskar Chakravorti.
O professor afirmou em entrevista coletiva que nos países onde predominam os pagamentos em dinheiro, “as irregularidades ou a corrupção econômica” são maiores que em nações com um desenvolvimento digital estabelecido, já que este método “deixa rastros que o dinheiro físico não produz”.
Chakravorti reiterou que esta “inclusão financeira” ajudará a diminuir algumas desigualdades econômicas entre países.
Em termos absolutos de crescimento digital, destacaram-se Chile (58,7 pontos), Porto Rico (54,7), Bahamas (53,3) e Uruguai (53). Já com base na evolução nos últimos anos, a Bolívia (4,1%) lidera, seguida por Equador (3,7%), Uruguai (3,4%) e México (3,3%).
Para a elaboração do estudo DEI LAC foram usados 99 indicadores gerais que medem o nível digital de um país, como, por exemplo, a quantidade de pessoas que possuem um smartphone ou as regiões que dispõem de uma cobertura de pelo menos 3G.
As pesquisas foram realizadas em um período de dez anos, entre 2008 e 2017, com uma análise sobre 24 países da América Latina.
“Vivemos em uma época de grandes desafios para a região em termos de transformação digital. Na indústria, a Mastercard desempenha um papel importante para criar um espaço de transações amigáveis para o consumidor, transparentes e seguras”, disse o presidente da companhia para América Latina e Caribe, Carlo Enrico.
As nações asiáticas dispõem de um programa para alcançar um mercado digital completo até 2025, enquanto na América Latina não existe nada similar, como explicou o professor da Fletcher School.
Embora as quatro maiores economias latinas (Brasil, México, Argentina e Colômbia) tenha maior população urbana, os países asiáticos desenvolveram outros sistemas alternativos que favorecem a assimilação do comércio eletrônico.
O estudo sobre o Índice de Evolução Digital para América Latina e Caribe foi apresentado no Fórum de Inovação que a Mastercard realiza em Miami, de 26 a 29 de novembro, no qual líderes e players do sistema de pagamentos se reúnem para falar sobre desenvolvimento digital, segurança no comércio eletrônico e inovação aplicada.
Fonte: UOL