A Amazon chegou ao Brasil em dezembro de 2012, quando lançou o seu leitor de livro digital Kindle. Mas, durante muito tempo, a companhia fundada por Jeff Bezos não deu muita atenção ao mercado brasileiro.
A conta gotas, ela foi aumentando sua operação local. Depois do Kindle, começou a vender livros em 2014. Três anos depois, a empresa trouxe ao País o seu marketplace, espaço em que parceiros comercializam seus produtos e pagam uma comissão à Amazon.
Aos poucos, a Amazon foi acelerando e dando mais atenção ao mercado brasileiro. Neste ano, ela passou a fazer vendas com estoque próprio em várias categorias de produtos.
Recentemente, a varejista online lançou a sua assistente pessoal Alexa e o seu serviço Prime, que inclui entregas com frete grátis para determinados produtos, além de seu serviço de streaming de vídeo e música.
Em 2020, será a vez de a Amazon trazer para o mercado brasileiro o Amazon Ads, seu serviço de venda de anúncios, segundo apurou o NeoFeed. A companhia está, inclusive, contratando um head de vendas de publicidade para comandar a nova área.
O Amazon Ads concorre com Google e Facebook nos Estados Unidos. Em 2018, ele representou um faturamento de US$ 7,4 bilhões aos cofres da empresa de Bezos, de acordo com estimativas da consultoria eMarketer.
Neste ano, a estimativa é que alcance quase US$ 10 bilhões, segundo o eMarketer. O dado inclui apenas os Estados Unidos. A consultoria prevê que de cada US$ 100 gastos em publicidade digital no mercado americano, US$ 10 irão para o serviço da Amazon em 2021, quando ele terá uma receita anual estimada de US$ 16,7 bilhões.
Procurada, a subsidiária brasileira da Amazon não fez comentários para essa reportagem.
O serviço de publicidade online da Amazon centraliza o gerenciamento de anúncios em todos os canais da empresa. A plataforma prevê anúncios nos formatos de links patrocinados em pesquisas, banners, gráficos e vídeos.
As empresas que vendem seus produtos no marketplace da Amazon pagam para conseguirem mais visibilidade, bem como um melhor posicionamento de seu produto ou loja, melhorando o desempenho de suas vendas.
A plataforma de anúncios da Amazon, no entanto, não é restrita ao ambiente da companhia. Ela pode ser usada para exibição de anúncios em sites parceiros.
Nesse caso, a Amazon Ads funciona como uma plataforma de compra de publicidade programática tradicional, concorrendo diretamente com a solução do Google, o Ad Manager.
“Mas os anúncios que mais funcionam são aqueles que são colocados no marketplace da própria companhia” , diz uma fonte do setor de internet.
Competição
Os rivais da Amazon no Brasil já se preparavam para a chegada do Amazon Ads. Tanto que os principais varejistas, que contam com operações de marketplaces, haviam criado áreas dedicadas a vender publicidade em seus sites.
No Mercado Livre, por exemplo, a venda de publicidade já representa 5% do faturamento da empresa, disse Stello Tolda, COO e cofundador da empresa, em entrevista ao NeoFeed, em julho deste ano. Em 2018, o faturamento total da companhia foi de US$ 1,4 bilhão.
A B2W, dona das operações online Americanas.com e Submarino, criou a B2WAds. A companhia não abre os dados, mas diz que essa área cresceu 106% no terceiro trimestre de 2019 em comparação ao mesmo período do ano passado.
O Magazine Luiza também conta com uma divisão para vender publicidade em seu marketplace, mas não informa os dados em seu relatório trimestral.
Além dos varejistas tradicionais, o Google é o grande player desse setor com o Google Shopping, seu serviço de comparação de preços. Estima-se, segundo uma fonte consultada pelo NeoFeed, que aproximadamente 50% da verba do varejo para publicidade online sejam gastos no gigante de busca no Brasil.
Fonte: Neo Feed