A Amazon lança hoje suas lojas de moda e esportes no Brasil. Conforme EXAME adiantou, a companhia passa a vender roupas, calçados, bolsas e acessórios além de artigos esportivos. No total são 350 mil produtos.
As lojas virtuais operam no sistema de marketplace, pelo qual outros vendedores oferecem produtos na plataforma da varejista. A maior parte desses parceiros serão as próprias marcas de moda. Algumas delas inclusive terão páginas personalizadas no site da Amazon. É o caso de Levi’s, Reserva, Animale, Capodarte, Le Lis Blanc e Havaianas.
Também haverá uma seleção de designers, com nomes como Reinaldo Lourenço e Jack Vartanian, além de seleções para produtos artesanais, sustentáveis e modelos plus-size.
A companhia não revela quantas marcas fazem parte do marketplace, mas afirma que são centenas de parceiros, sendo que 25 deles não estão presentes em nenhum outro marketplace na internet. A varejista cobrará uma taxa de 20% sobre as vendas do segmento moda, e 15% no caso de artigos esportivos.
Para marcar o lançamento, haverá descontos de 70% nas duas primeiras semanas de operação do novo marketplace. “Mas nossa ideia não é ser um outlet, nem vender restos de coleção”, ressalta Otávio Alves, gerente-geral da Amazon Moda para o Brasil.
Quem define o preço dos produtos no marketplace da Amazon são as próprias marcas, explica Alves. Também são elas que operam a logística de entrega das compras. A Amazon entra com a tecnologia por trás do marketplace (que tem sido alvo de investimentos bilionários da companhia), com o serviço de atendimento ao cliente e com a vitrine, além de facilidades de compra como o parcelamento em até dez vezes sem juros.
Para permanecer entre os parceiros da varejista, porém, as marcas precisarão se ater às regras de qualidade da companhia, que definem prazos estritos para entrega, por exemplo.
Para o consumidor, poder comprar itens diferentes em um só lugar e comparar preços entre diversas marcas com apenas alguns cliques devem ser os grandes diferenciais, na visão do executivo.
Com a nova investida, a Amazon passa a concorrer com nomes consolidados no mercado brasileiro, como Netshoes e Dafiti. Vale lembrar que a Netshoes já tinha problemas suficientes antes mesmo de ter de enfrentar a maior varejista online do mundo. No último trimestre, a companhia divulgou prejuízo de 38,1 milhões de reais e suas ações afundaram 21% na Bolsa de Nova York.
Há cinco anos e meio no Brasil, a Amazon operou apenas com a venda de livros durante seus quatro primeiros anos por aqui. Em 2017, começou a diversificar seu portfólio, primeiro com a venda de eletrônicos, depois com o segmento de casa e cozinha. Nos dois casos, a varejista atua somente no modelo marketplace.
Com o avanço sobre o setor de moda, começam diminuir os itens que a Amazon (ainda) não oferece no Brasil. Nos Estados Unidos, a companhia já vende comida, cosméticos, móveis e até carros. A empresa não revela qual será sua próxima fronteira por aqui. Mas, a julgar pelos últimos movimentos, ela não deve demorar a chegar.
Fonte: Exame