Atualmente, a companhia aérea de carga da Amazon faz uma média de 187 voos por dia, em comparação com 85 em maio de 2020, de acordo com análise semestral
Por Dow Jones Newswires — Londres
A Amazon tem aumentado sua frota de aviões, mostrando que está investindo bastante em entregas, na medida em que o valor da logística se sobressalta em meio à pandemia de covid-19 e ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Atualmente, a companhia aérea de carga da Amazon faz uma média de 187 voos por dia, em comparação com 85 em maio de 2020, de acordo com análise semestral liderada por Joseph Schwieterman, professor da Universidade DePaul, publicada nessa terça-feira (15).
Desde o início da crise da covid-19, as compras no comércio eletrônico dispararam. Muitas empresas de frete aéreo aproveitaram a oportunidade para crescer, e a Amazon assumiu a liderança. Atualmente, possui mais de 80 jatos — menos que os 202 da DHL, 289 da UPS e 474 da FedEx, mas muito mais do que os 50 que tinha no início de 2020.
Mesmo estes podem ser números subestimados. A Amazon não opera seus voos, contando com parceiros como o Air Transport Services Group. Schwieterman acredita que o número real da frota em serviço pode estar acima de 110 aviões. Alguns voos parceiros não possuem o braço da Amazon Air, mas, com base em suas rotas, ele acha que provavelmente ainda estão atendendo a empresa de comércio eletrônico.
Essa parece ser uma característica de seu impulso europeu, que começou em 2020 por meio de uma colaboração com a ASL Airlines da Irlanda. Ele estima que os voos diários na Europa tenham crescido de 8,2 em média em agosto passado para três dúzias agora, com esses “voos sombra” chegando a cerca de dois terços do total.
Tendo usado aviões alugados anteriormente, a Amazon começou a comprar alguns no ano passado, quando uma enxurrada de jatos estacionados entrou no mercado de segunda mão e as conversões de cargueiros aumentaram. Também assumiu participações acionárias na ATSG e possui garantias sobre as ações da Atlas Air.
Essa estratégia de aumentar a flexibilidade e o controle pode anunciar mais invasões no território da FedEx e da UPS. A Amazon já fornece alguns serviços de terceiros para empresas e em breve poderá começar a competir de igual para igual nas entregas entre empresas. “É mais do que um pequeno passo em seu sistema de entrega: é um movimento estratégico que abre as portas para um novo conjunto de fontes de receita”, disse Schwieterman.
Mesmo depois de gastar muito em suas próprias vans, caminhões e armazéns, a Amazon ainda depende de empresas tradicionais de logística para entregar muitos pacotes, o que contribui para uma parceria tensa. Mas a empresa não tem usado muito seus aviões para competir diretamente com empresas como a UPS. Normalmente, ela transporta estoques entre armazéns em voos diurnos, com foco na entrega em dois dias.
Há indícios de que isso pode estar mudando. As rotas parecem cada vez mais projetadas não apenas para se alinharem às necessidades do armazém, mas também para fechar lacunas geográficas. O relatório estima que 73% da população dos Estados Unidos está agora a 160 quilômetros de um aeroporto da Amazon Air, contra 54% em maio de 2020.
Voos atrasados do Wilmington Air Park da Amazon, bem como a adição do ATR 72 turboélices à frota no ano passado, também apontam para uma ambição de adequar a frota aos horários dos consumidores. A entrega no dia seguinte geralmente envolve aviões menores fazendo viagens noturnas.
Relatos da mídia sugerem que aviões Boeing 777 e Airbus A330 de longa distância também podem ser incorporados à frota da Amazon. Eles poderiam ser usados para obter produtos de fabricantes através dos oceanos.
Fonte: Valor Econômico