Varejista americana passa a ter oito centros de distribuição no país
A Amazon abriu três novos centros de distribuição no país, subindo de cinco para oito o número total, o que coloca uma pressão maior no ambiente de competição entre as grandes plataformas de comércio eletrônico. A empresa também mais que dobrou o número de categorias vendidas em dois anos. O anúncio ocorre na semana em que Magazine Luiza e Via Varejo saem do período de silêncio, anunciam resultados e devem abordar as suas estratégias de “marketplace” (shopping virtual).
Os novos centros da Amazon estão localizados em Betim (MG), Nova Santa Rita (RS) e na cidade-satélite de Santa Maria, no Distrito Federal e, somados, equivalem a dez campos de futebol. O início das operações ocorre pouco antes da “Black Friday” – os centros estão em atividade há alguns dias – e é o maior anúncio de expansão na área logística no país já feito pelo grupo por aqui. A companhia não informa o valor investido.
“São centros locados por nós e com áreas que permitem a sua expansão, numa busca por melhorar entrega e atendimento, que são o foco da Amazon no mundo”, diz Alex Szapiro, diretor da companhia no país. A empresa estaria estudando outras áreas para novas centrais, segundo um parceiro logístico ouvido, mas o grupo não dá detalhes por razões estratégicas.
Foram abertos pela Amazon cinco centros no Brasil entre 2019 e o fim de 2020 – quatro em Cajamar e um em Cabo de Santo Agostinho (PE) – que se somam a esses três neste mês. Por conta disso, os clientes do Sul e Centro-Oeste dependiam, até então, da entrega de produtos dessas outras unidades.
O número de cidades que receberá encomendas da Amazon a partir de 48 horas passa de 400 para cerca de 500 – pouco menos de 10% do total de municípios brasileiros. Esse prazo é válido para os membros do programa Amazon Prime, que inclui frete grátis para produtos elegíveis. Juntos, os três centros somam 75 mil m2.
A Amazon mais que dobrou o número de categorias em atuação no país desde janeiro de 2019, passando de 15 para 35, e o portfólio à venda avançou de 20 milhões de produtos para cerca de 30 milhões, aumento de 50%.
A companhia ainda não oferece serviços a seus lojistas, como armazenagem e entrega dos produtos dos vendedores, algo que companhias como B2W e Mercado Livre já fazem há alguns anos, e considerado vital para o modelo de marketplace. Os grupos cobram taxas por esse pacote de serviços, que variam de 10% a 20% da venda.
“Os marketplaces não se sustentam sem estrutura própria de entrega, e sem que ofereçam soluções de tecnologia e de serviços aos vendedores. Com os novos centros, a Amazon poderia cogitar avançar nisso”, disse Eduardo Terra, sócio da BTR Educação e Consultoria.
Na B2W, 80% dos pedidos são feitos pelo B2W Entrega, opção de serviços oferecida aos lojistas, e no Mercado Livre, o seu sistema responde por 68% das entregas.
Os rivais B2W, Magazine Luiza e Mercado Livre também vêm acelerando a abertura de centros de distribuição neste ano, para armazenar mais estoques de seus lojistas, cobrar por isso, e tentar melhorar o nível de serviço ao consumidor.
Com 20 centrais, a B2W (Submarino e Americanas.com) inaugurou em outubro centros em Belém, Fortaleza e Salvador. Em dezembro, começa a operar em Brasília outra central. O plano é ter 22 unidades ao fim de 2022.
O Magazine Luiza, com 18 centrais, abriu o primeiro CD no Rio de Janeiro no mês passado. Líder no marketplace no país, o Mercado Livre decidiu reduzir a dependência dos Correios e está ampliando a sua rede própria. Em menos de dois anos, inaugurou três CDs no país e está buscando um CD no Sul do país, segundo apurou o Valor.
Fonte: Valor Econômico