A Alpargatas desenvolveu novos modelos de lojas para as marcas Havaianas, Osklen e Mizuno, como parte de sua estratégia de fortalecer a atuação direta no varejo e testar tecnologias para o consumidor. Até o fim deste ano, quatro unidades serão instaladas em São Paulo, Rio de Janeiro e Londres.
As lojas terão acesso grátis à internet sem fio (Wi-Fi), provadores interativos — por uma tela sensível ao toque, o cliente pode escolher uma roupa para experimentar e acionar o atendente para levá-la até o provador. Também haverá armários para a retirada de compras on-line, e a chamada prateleira infinita: por meio de tablets será possível comprar on-line um produto que não está no estoque da loja e recebê-lo em casa ou na própria unidade. Outra novidade será o uso de dispositivos móveis para o pagamento das compras em qualquer lugar da loja, extinguindo as filas do caixa.
“O consumidor quer muito que a experiência on-line seja replicada na loja física, principalmente o público mais jovem”, disse Roberto Funari, presidente da Alpargatas. “Este é um grande passo para criar novos serviços e experiências, que vão gerar crescimento dos negócios para a companhia.”
As tecnologias aprovadas nessas unidades podem ser replicadas, no futuro, nas redes do grupo. A Alpargatas fechou o primeiro semestre do ano com 530 lojas, sendo 443 unidades da Havaianas, 75 Osklen, 4 Mizuno e 8 outlets.
No primeiro semestre, a companhia registrou um lucro líquido consolidado de R$ 72,6 milhões, com queda de 44,7% em comparação com o mesmo intervalo de 2018. A queda se deu no primeiro trimestre do ano. A receita líquida no semestre avançou 8,6%, para R$ 1,95 bilhão. A Alpargatas divulga seus resultados financeiros do terceiro trimestre no dia 8 de novembro.
A primeira unidade no novo conceito será da marca Mizuno, com inauguração hoje no Morumbi Shopping, em São Paulo. Na loja, haverá um espaço para o consumidor fazer teste de biomecânica e escolher o tênis mais adequado para a prática de corrida, além de prateleiras interativas, com telas que fornecem informações sobre os produtos e testes que concedem descontos para quem acertar as respostas. Funari disse que a unidade da Mizuno já nasce multicanal, com o estoque todo integrado ao comércio eletrônico.
Recursos semelhantes serão utilizados nas duas novas lojas da Havaianas. Uma será inaugurada no fim de novembro, no Shopping Iguatemi, em São Paulo, e a outra, em dezembro, na Carnaby Street, em Londres. Nesses pontos de venda, os produtos serão organizados em seções por ocasião de uso, com sugestões para cada momento do dia. “A coleção será mais completa nessas unidades por causa das vitrines infinitas. O espaço de exibição de produtos na loja de Londres, por exemplo, será 50% maior que o atual”, afirmou o executivo.
A nova loja da Osklen, com lançamento previsto para o dia 1o de novembro, no BarraShopping, no Rio de Janeiro, trará em destaque as linhas de calçados e camisetas, que são os carros-chefes de vendas. A unidade também vai oferecer conveniências como tomada para recarregar celular e uma área de convívio com iPads, computadores e outros dispositivos para assistir a vídeos da marca.
“Temos marcas fortes globalmente, com estatura de uma Starbucks, uma Nike. Nossa intenção é oferecer uma experiência diferenciada para o consumidor, nas principais cidades globais de atuação da Alpargatas”, acrescentou Funari.
O executivo afirmou que espera, com as novas unidades, fortalecer o varejo multicanal e, principalmente, reforçar as vendas on-line da companhia. “Essa é a área onde conseguimos construir e fortalecer as nossas marcas.”
A companhia tem como plano integrar as lojas físicas da Havaianas — seu maior negócio — com o comércio eletrônico no quarto trimestre. Essa integração depende da abertura de um novo centro de distribuição dedicado à venda multicanal, em instalação na cidade de Extrema (MG).
No caso da Osklen, a companhia já começou a fazer a integração das lojas físicas com o comércio eletrônico. A rede da marca possui 75 lojas, sendo 72 no Brasil e três no exterior. Para a marca Mizuno, a estratégia é crescer de forma rentável, com reforço de linhas infantis e de moda casual.
Fonte: Valor Econômico