Havaianas é praticamente um sinônimo para chinelo no Brasil – e a Alpargatas, fabricante da marca, ganhou o mundo com esse modelo.
Agora, porém, as vendas da empresa no país estão sendo impulsionadas por sua linha de “não sandálias”.
No Brasil, o volume comercializado das Havaianas tradicionais chegou a 54,6 milhões de pares no segundo trimestre, um salto de 26,2% quando comparado com igual intervalo do ano passado.
No segmento “extensão”, que abrange outros tipos de calçados, as vendas atingiram 511.000 pares, quantidade bem inferior, mas que representa um avanço maior, de 30,7%.
Segundo o presidente da companhia, Márcio Utsch, o bom desempenho local da marca pode ser creditado principalmente à correção de deficiências em distribuição, ao reforço do nicho infantil e aos estoques mais robustos.
“Em 2015 colocamos o pé [no freio], com medo de o ano ser muito ruim. Em 2016 vamos ter condições melhores de atender o consumidor”, disse em teleconferência com analistas nesta segunda-feira (8).
Os produtos da Osklen também apresentaram bons números no mercado interno: as vendas cresceram 12,3% ante o segundo trimestre de 2015, para 315.000 unidades.
Por conta desses resultados, a receita líquida da Alpargatas no país somou 570 milhões de reais de abril a junho, alta de 18,5% no confronto anual.
Fora do país
Os volumes exportados de sandálias e outros itens da Havaianas, entretanto, caíram 11,7% frente o segundo trimeste do ano passado, para 8,8 milhões de pares.
A queda ocorreu especialmente em mercados representativos como Angola, Argentina e Austrália.
Entretanto, o câmbio compensou o recuo e, em valores, as vendas cresceram levemente (0,8%), para 220 milhões de reais.
Em todo o mundo, o faturamento da Alpargatas foi de 1,01 bilhão de reais no segundo trimestre, um acréscimo de 8,4% em relação aos 12 meses anteriores.
O lucro líquido chegou a 60,2 milhões de reais no período, crescimento de 30,9%. Se excluídas das contas as operações das marcas Topper e Rainha, vendidas pela empresa em novembro, os ganhos totalizariam 61,2 milhões de reais.
A margem líquida ficou em 5,9%, contra 4,9% de abril a junho do ano passado.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu 108,1 milhões de reais, alta de 4,3%.
A margem sobre o indicador foi de 10,7% em junho, 0,4 ponto percentual abaixo do mesmo mês de 2015.