Supermercados do Sul de Minas estão investindo em parcerias com produtores rurais para oferecer produtos mais fresquinhos ao consumidor. Dados do Projeto Organics Brasil, desenvolvido pelo Instituto de Promoção do Desenvolvimento em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), mostram que o setor de orgânicos cresce 20% ao ano em todo o país.
O produtor rural de Campestre (MG), Luiz Lago, já sentiu no bolso os efeitos dessa tendência. Há 12 anos, ele cultivava no sítio 200 mudas de framboesa e amora. Agora, chega a produzir, junto com a esposa, uma média de 2 mil potes de geleia dessas frutas, que são vendidos em redes supermercadistas de Belo Horizonte (MG) por R$ 12 a unidade.
“Hoje eu tenho na minha propriedade 20 mil pés de amora e 50 mil pés de framboesa”, conta Lago.
De Bandeira do Sul (MG), o produtor José Messias Teixeira chega a entregar 1 mil unidades de queijo em supermercados de Poços de Caldas. Segundo ele, o lucro é 20% do que se dependesse de um atravessador. “A gente ganha um dinheirinho a mais, né? Se vai vender para outro, tem o custo da entrega. Aqui eu mesmo entrego”, relata.
O gerente de supermercado Elias Ferreira da Silva diz que a compra direta de pequenos produtores é uma estratégia que tem oferecido maior qualidade de atendimento aos clientes. “O cliente gosta desse frescor do produto, que ele encontra diariamente. A entrega é diária”, garante.
Para a advogada Priscila Melo Side, a iniciativa está aprovada. “A gente fica preocupado mesmo com essa questão de utilização de agrotóxicos, conservantes, principalmente no hortifruti”, observa.
Todo produto comercializado em supermercados precisa ter um certificado que garante sua origem e forma de manejo. Em Minas Gerais, a Associação Mineira de Supermercados (Amis) criou em setembro um Circuito de Compras Sociais para habilitar os produtores rurais a negociarem diretamente com o setor.