A Agaxtur, quinta maior agência de viagens do país e pioneira a operar cruzeiros e viagens para Disney, planeja mais que dobrar o tamanho da rede este ano, elevando das atuais 15 lojas para 35 o número de pontos de venda. A expansão será feita inteiramente por franquias.
“O plano é chegar a 100 lojas até 2019. Queremos mais que triplicar o volume de embarques e de receita”, disse o presidente da Agaxtur, Aldo Leone, também sócio controlador da agência, fundada em 1953, que embarcou 80 mil passageiros em 2015. O executivo não revela dados de faturamento.
O modelo de franquias é o mais usado pelas líderes de turismo no país. A CVC e a Latam Travel têm mais de 95% de suas redes – de 1 mil e 154 lojas, respectivamente – compostas por franqueados.
O projeto de crescimento por franquias na Agaxtur foi desenhado em outubro de 2013. Mas a expansão patinou, em parte, na conjuntura adversa do turismo, afetado por dois anos seguidos de recessão econômica. Em 18 meses, a marca abriu apenas cinco lojas de franqueados.
Agora, para acelerar o programa, a Agaxtur ampliou a estrutura de executivos, absorveu uma concorrente e acertou um novo fornecedor de tecnologia.
Primeiro, a operadora contratou Débora Izzo, ex-diretora de franquias da concorrente Flytour – onde estava há 18 anos – para comandar essa unidade na Agaxtur. Depois, a empresa incorporou a Soft Travel, da atual presidente da Braztoa – Associação das Operadoras de Turismo -, Magda Nassar, e entregou a ela a vice-presidência de produtos e marketing.
A Agaxtur também contratou a Trade Tech como a fornecedora tecnológica, para ter acesso direto ao sistema de reservas dos parques da Disney (“direct connect”).
A empresa quer replicar nas lojas franqueadas o modelo comercial focado na classe A, que demanda serviços de maior valor agregado. A operadora tem, segundo Magda Nassar, um tíquete médio de R$ 8 mil, ante média do setor na casa de R$ 4,5 mil. Em algumas lojas, como a do Shopping Cidade Jardim, a compra média de clientes é de R$ 25 mil.
Para isso, os empresários interessados em se tornar franqueado da Agaxtur terão que enfrentar 45 dias de treinamento, sendo 15 dias durante as duas primeiras semanas de operação. Cada franqueado vai pagar R$ 50 mil de taxa de franquia, mais 1% da receita para royalty e fundo de marketing, disse Débora.
Segundo Leone, a Agaxtur tem a necessidade de se diferenciar no mercado mais pelo atendimento mais do que pela escala. O empresário descartou recorrer a sócios financeiros para bancar essa expansão, que será ancorado no capital dos franqueados.
Os executivos da Agaxtur disseram que a demanda por viagens no Brasil começou a reagir em maio, e que a recuperação ganhou força à medida que o dólar recua ante o real. Cerca de 70% das vendas da empresa são para destinos internacionais.
“O mês de junho foi o melhor da Agaxtur este ano, com crescimento de 30% sobre o mesmo mês de 2015. Mas como janeiro e fevereiro tiveram desempenhos muito ruins, estamos correndo em busca da recuperação”, disse Leone, que projeta fechar o ano com aumento nominal de 9% nas vendas.
Fonte: Valor Econômico