Abrasce publicou um protocolo com medidas de distanciamento, limpeza e sanitização que prevê funcionamento das lojas por oito horas
A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), avalia que qualquer movimento de reabertura dos estabelecimentos é bem-vindo, mas alerta para a necessidade de que ele esteja alinhado com a realidade. “Tem que ver como vai ser a operação de um shopping limitada a quatro horas só. Tem lojista que consegue trabalhar nesse período e outros que não”, diz o presidente da entidade, Glauco Humai.
Ele também questiona se, sob o ponto de vista de aglomeração de pessoas, o funcionamento por apenas quatro horas, como proposto pelo governo do Estado, seria eficiente. “É melhor ter o fluxo de 20% da capacidade [que vem sendo falado pelo governador João Doria] em quatro horas, ou em oito horas?”
Em sua avaliação, a definição da capacidade de fluxo deveria ser delegada às prefeituras.
Em meados de abril a Abrasce publicou um protocolo com medidas de distanciamento, limpeza e sanitização para reabertura de shoppings que também prevê funcionamento por oito horas. Nesta semana, as medidas foram endossadas pelo Hospital Sírio-libanês. Atualmente, 158 dos 577 shoppings do país operam sob essas medidas. “O shopping trabalha 12 horas, já está com um terço a menos”, diz.
Segundo ele, a ideia é conversar com o governo de São Paulo para encontrar um meio termo, que pode incluir a composição do tempo de funcionamento com operações de drive thru e entregas, por exemplo. Humai disse já ter tido reuniões com a equipe do governador João Doria e que já solicitou um encontro com o prefeito da Capital. Na segunda-feira a Abrasce pretende enviar seu protocolo à administração municipal. O envio já foi feito a outras prefeituras.
Com o anúncio das medidas de São Paulo, Humai disse ter sentido uma movimentação de outros governos para também definir seus cronogramas. “Muitos Estados e municípios estavam esperando uma definição de São Paulo”, diz.
O governo paulista anunciou ontem as diretrizes gerais do plano de flexibilização do confinamento no Estado. As regras passam a valer na segunda-feira e levam compreendem cinco fazes de abertura. De acordo com o plano, a capital paulista passará a próxima etapa de afrouxamento das regras. O prefeito Bruno Covas, porém, afirmou hoje que o retorno dependerá da análise de protocolos por setores.
Fonte: Valor Econômico