A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) acredita que os meios de pagamento têm um papel importante na expansão do varejo brasileiro, mas considera que é preciso mudar regulamentações para permitir uma competição em pé de igualdade entre as várias modalidades do setor. O tema foi discutido durante o Fórum de Varejo, evento organizado pela SBVC paralelamente à Cards Expo, em São Paulo.
Para João Galassi, vice-presidente da entidade, é preciso tratar o tíquete alimentação como um meio de pagamento, para dessa forma normatizar suas operações e regular as atividades das empresas do setor. “O compartilhamento da infraestrutura de redes não ocorre nos supermercados porque os vouchers não têm a mesma obrigação dos cartões de crédito. Isso representa custo adicional para o varejo”, explica o executivo.
A Abras ainda defende o fim da prática do deságio, em que, para ganhar uma concorrência ou licitação de fornecimento de vale alimentação, as empresas oferecem ao contratante uma taxa de administração nula ou negativa, o que é aceito pelo Tribunal de Contas da União. “Essa é uma prática prejudicial aos estabelecimentos credenciados, que deveriam, eles sim, ter isenção de taxa de administração (hoje entre 3% e 7%, com média de 4,4%)”, defende Galassi.
O resultado dessas medidas seria uma maior concorrência entre as empresas de voucher (hoje, as três maiores do setor detêm 93% do mercado); a diminuição do prazo médio de reembolso, atualmente de 27 dias; e a redução do preço final dos produtos para o consumidor. “Essas mudanças beneficiariam principalmente os clientes e estimulariam a economia brasileira nesse momento de incertezas”, acredita Galassi.
Fonte: Redação SBVC