Para ícone do varejo brasileiro e mundial, as operações de supermercados no Brasil estão melhores do que na Europa
A velocidade com que o Coronavírus se propaga pelo mundo é combatida, até o momento, na mesma moeda. A rapidez com que recebemos informações também é grande e esta é umas principais armas da população mundial para enfrentar a pandemia e a crise causada pelo Covid-19.
Não à toa, um dos principais ícones do varejo brasileiro, Abilio Diniz, afirma que vive a pior crise entre todas as que já presenciou ao longo de sua carreira. “Hoje temos cerca de 2,5 bilhões de pessoas conectadas e recebendo informação de todas as formas. Vejo a necessidade de também haver velocidade de adaptação e as medidas adotadas, mesmo aquelas que os gestores jamais imaginariam, como fazer o controle de entrada nas lojas”, aponta o Presidente do Conselho de Administração da Península Participações.
Um dos principais aspectos relacionados à mudança de comportamento do consumidor é a compra online e, segundo Diniz, o Brasil está se saindo melhor do que a média de todos os países do mundo. “Na Europa, por exemplo, em termos de operação nos supermercados, estamos muito melhores. O protocolo está sendo seguido, tanto é que dos nossos 85 mil colaboradores, tivemos poucos casos de problemas relacionados ao Covid-19”, explica o membro dos conselhos do Carrefour Brasil e Global, durante live promovida pela APAS.
Tendências de mudanças
De acordo com o empresário, após o período de isolamento social, tudo voltará ao normal sem muitas mudanças, principalmente em relação às viagens, reuniões entre amigos, frequência de pessoas em restaurantes e bares. “Tudo o que as pessoas faziam, elas voltarão a fazer. Em alguns casos, já percebemos a aceleração de processos, como o e-commerce, que hoje vendemos muito, mas é uma ferramenta que já existia. Assim como o home office, que deve aumentar, mas já era uma tendência”, disse Abílio Diniz.
Em relação ao comportamento do consumidor, o ícone do varejo nacional destaca a importância de não criar ilusões sobre o fim da pandemia. “Enquanto não tivermos a vacina ou um remédio contra o Covid-19, as pessoas devem usar máscara e evitar aglomerações. Adoro futebol, mas sei que ir ao estádio ainda vai demorar. Mesmo no momento em que flexibilizar as restrições, não teremos uma vida normal e vai demorar até sentirmos segurança novamente”, afirmou.
Nova dinâmica de negócios
Abílio Diniz destacou ainda que, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, as pessoas que estão confinadas têm poucas oportunidades de gastar dinheiro e o natural é que, quando voltar ao normal, elas irão às compras. “O mundo é o mesmo, mas com circunstâncias diferentes. A dinâmica dos negócios hoje também é diferenciada. É preciso que o gestor e o dono dos supermercados saibam olhar para isso”, acredita Abílio Diniz.
Partindo da ideia de que toda crise traz oportunidades, Diniz mostra que esta é uma boa hora para quem quer crescer. “Esse momento é o ideal para olhar em volta e ter confiança porque o nosso setor (varejo) vai continuar firme. Aqueles que forem mais ousados, esse é um bom momento para negociar a compra ou aluguel de outras lojas. Na crise de 2008 fizemos caixa cortando todos os gastos que poderíamos. Em 2009, dobramos o tamanho da companhia GPA. Sem loucuras, mas com ousadia”, ensina.
Fonte: portal APAS