Para a especialista, com a digitalização, o pequeno empreendedor tem mecanismos para aprofundar negócios e crescer no mercado
Por Alessandra Saraiva
As lojas físicas sempre existirão no varejo mas a “digitalização veio para ficar” nas palavras de Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Ela comentou sobre a pane mundial ocorrida na segunda-feira, em redes sociais, como Facebook e Instagram, e serviço de mensagem instantânea, WhatsApp. E observou que o ocorrido mostra a penetração da digitalização nos negócios. “O digital é realidade. A loja física não vai acabar, mas tem que se transformar”, afirmou.
Ela participa de evento virtual, em comemoração ao Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A executiva notou que, com a digitalização, o pequeno empreendedor tem mecanismos para aprofundar negócios e crescer no mercado.AdChoicesPUBLICIDADE
A especialista admitiu que ocorrências como a pane digital conduzem a problemas nos negócios do empreendedor. “Não fomos nós que inventamos o WhatsApp mas ele é uma realidade. Ontem caiu [ o serviço de mensagem instantânea], caiu Facebook, [houve] prejuízo imenso”, admitiu.
No entanto, o que aconteceu não tira a importância da digitalização no desenvolvimento dos negócios do varejo, principalmente do microempreendor, no entendimento da executiva.
Ela pontuou que todos na sociedade tiveram que lidar com o advento da pandemia em março do ano passado, que levou a uma crise, definida por ela, como “catástrofe”. Uma das saídas foi a digitalização, que ajudou as empresas a manter rentabilidade.
“País em desenvolvimento vive de duas coisas: renda e crédito”, disse ela, acrescentando que, no caso do Brasil, a renda gerada pelo emprego, principalmente em empresas de pequeno e médio portes, é de suma importância. Segundo Luiza, cerca de 85% dos empregos são gerados pela pequena empresa; sendo essa fatia de 60% para empregos formais.
Para a executiva, a digitalização, com investimentos em tecnologia, poderia ser um catalisador para fortalecimento de pequeno empreendedor em seus negócios, bem como uma das soluções para se manter no mercado em períodos adversos.
“Eu sei minha gente o que é ser pequeno, mais ou menos pequeno, médio e grande. Mas sei das vantagens e desvantagens de ser grande. E duas coisas vão fazer diferença em nosso perfil profissional: inovação e atendimento”, disse, reiterando a importância da digitalização nos negócios. “O digital é uma cultura. Não é um aplicativo, não é um site”, comentou ela.
No caso da Magazine Luiza, a executiva pontuou que o recente anúncio da marca em inaugurar 50 lojas físicas no Rio de Janeiro está combinado com estratégia de vendas combinada com o digital. Ela contou que cada uma dessas lojas tem planejamento de conexão direta com um centro de distribuição em que você compra na loja física e recebe produto “em uma hora” em média (caso não tenha o produto em estoque na loja física).
A executiva pontuou que, em todo o processo de crescimento da Magazine Luiza, a empresa nunca deixou de focar estratégias no varejo físico. “Fomos de patinho feio da bolsa para o patinho querido”, lembrou.
Foto: Agência O GLOBO
Fonte: Valor Econômico