A vaidade e os cuidados pessoais do público masculino deixaram de ser considerados “frescura” e conquistam cada vez mais adeptos. Segundo estudo da Euromonitor International, itens como xampus, sabonetes, produtos de barbear e cremes, voltados para os homens, movimentaram cerca de US$ 5 bilhões em 2015, registrando alta de 7,1% na comparação com 2014, quando as compras destes produtos somaram US$ 4,7 bilhões.
A Euromonitor ainda prevê que o mercado de beleza masculino mantenha um ritmo de crescimento de 7,1% ao ano até 2019. Assim, em quatro anos, o Brasil pode se tornar o maior mercado de cuidados pessoais para homens, movimentando US$ 6,7 bilhões e superando os Estados Unidos, que terão um mercado de US$ 6,4 bilhões até lá.
Outro levantamento, dessa vez da consultoria Nielsen, constatou que, em 2015, o público masculino no Brasil já foi responsável por 35% dos gastos com higiene e beleza, entre condicionadores, xampus, tinturas, lâminas, sabonetes, cremes para o rosto e o corpo e perfumes.
Atento a essa tendência e adepto da moda das barbas crescidas e bem cuidadas, o empresário Vinícius Vasconcelos percebeu que não era fácil encontrar produtos elaborados especialmente para os cuidados com a barba. A primeira ideia foi criar uma loja virtual que vendesse itens importados. Começava a surgir a Don Alcides, mas o negócio tomou outros rumos.
“Importei alguns produtos para testar. Só queria vender aquilo que me agradasse. Nesse tempo de pesquisa, as coisas começaram a mudar. A desvalorização do real tornou tudo muito caro e a ideia de fabricar produtos nacionais, indicados para as necessidades e características do público brasileiro, ganhou força. Depois de visitar muitas indústrias encontrei em Nova Lima (Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH) uma fábrica que topou desenvolver os produtos – todos certificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, relembra Vasconcelos.
Há sete meses no mercado, os produtos são distribuídos por 180 barbearias espalhadas pelo Brasil e algumas lojas de moda masculina, além do e-commerce. Além de utilizar os produtos (ceras, balms, óleos, xampus, condicionadores e acessórios como pentes e navalhas), elas revendem para os consumidores finais. Mas não são só eles que compram no conforto oferecido pela web ou resguardado nos verdadeiros “clubes do bolinha” que são as barbearias. “Nos surpreendeu o volume de compras feito pelas mulheres. Interessadas em manter os homens que as cercam bem cuidados, já são responsáveis por 25% das vendas”, destaca sócio-proprietário da Don Alcides.
Para suportar o crescimento nas vendas, a marca já está investindo em uma fábrica própria, a ser instalada em Contagem, também na RMBH. Os primeiros equipamentos já foram comprados e a expectativa é de que a produção seja iniciada ainda neste semestre, gerando 15 empregos diretos. Desde as primeiras pesquisas até aqui já foram investidos R$ 500 mil na Don Alcides.
Vaidade masculina movimentou US$ 5 bilhões em 2015
