Por Redação SM – 06/01/2016
Análise da dunnhumby avaliou comportamento de 22 milhões de brasileiros que frequentam redes como GPA
A conjuntura econômica brasileira vai levar os consumidores a um novo comportamento em 2016. Se no ano passado o controle de gastos consistiu em reduzir compras e buscar promoções, neste ano, a substituição de marcas e produtos ganha força.
Segundo a dunnhumby, consultoria que monitora o comportamento de 22 milhões de consumidores que frequentam redes do Grupo Pão de Açúcar, Raia Drogasil e Marisa, 38% dos consumidores já substituem produtos de limpeza por marcas mais baratas. A pesquisa ainda aponta que 30% fazem o mesmo com itens de higiene e perfumaria.
Nas categorias de molhos e condimentos e massas, 29% dos brasileiros trocam as marcas preferidas por produtos mais baratos. Em farinhas e grãos, o índice é de 28%.
Tal movimento, porém, não chega a categorias de produtos de alto valor agregado. Isso acontece porque consumidores ainda tentam preservar pequenos luxos, como avaliam alguns analistas de mercado.
Em categorias como sucos e alimentos integrais, linguiças e cervejas, por exemplo, as vendas ainda crescem dois dígitos e a substituição de marcas é pequena. No caso de cervejas, segundo a dunnhumby, o índice de substituição é de 19%.
Adriano Araújo, diretor da dunnhumby, acredita que há um movimento de racionalização do consumo que atinge todas as classes sociais, mas a compra de alguns itens de alto valor agregado se mantém nas classes A, B e C. “Os consumidores cortam gastos com produtos básicos para manter pequenos luxos. O brasileiro compra o detergente mais barato, troca a marca do biscoito, mas não abre mão da cerveja premium, do iogurte grego, do carro importado”.
David Fiss, diretor da Kantar Worldpanel, considera que os brasileiros fazem atualmente uma “racionalização premium”, economizando em itens considerados commodities para ainda manter o consumo de produtos nos quais vê benefício. “Com a recessão, o brasileiro não está comprando necessariamente o que é barato”, diz o analista. Ele cita como exemplo a substituição da carne bovina por embutidos. “Linguiça não é uma categoria de produto barato, mas o consumidor vê mais vantagem em consumi-la em relação à carne bovina que encareceu muito”, afirma.
Fonte: Valor Econômico
Revista Supermercado Moderno online – SP