26/12/2015 13:04
Shoppings têm pior Natal dos últimos dez anos, diz
Alshop
Por
SÃO PAULO Os lojistas dos shoppings viram as vendas caírem 1% neste Natal na comparação com 2014,
segundo a Alshop, associação que representa os lojistas dos shoppings. Os dados consideram de 1º a 24 de
dezembro.
O resultado é o pior já registrado desde o início da série histórica, em 2005. O setor varejista é muito sensível à
atividade econômica. Com a atual conjuntura, já poderíamos prever que não seria possível ver as vendas
crescerem, afirmou Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.
Durante 2015 foram abertos 19 novos shoppings. O resultado negativo das vendas de Natal não contabiliza a
comercialização feita nas novas lojas. Se forem levadas em conta, o resultado do varejo neste fim de ano seria
idêntico ao de 2014.
Os dados são de pesquisa feita em 150 empresas de varejo associadas à Alshop, que reúnem 7,5 mil lojas no país.
Atribuímos essas reduções nas vendas ao crédito escasso, juro alto, aumento do dólar que eleva os preços em
vários segmentos do varejo, inflação alta, insegurança dos consumidores e dos empresários, desemprego maior,
carga tributária elevada e o fim de incentivos fiscais são os tópicos pontuados pela entidade, detalhou o
presidente da Alshop.
Acompanhando os dados ruins de vendas, as contratações de empregados temporários também caiu neste ano em
relação a 2014: foram 96 mil colaboradores contratados em 2015 contra 138 mil do ano passado, redução de 30%.
Nessa massa de contratações temporárias, o mercado varejista excepcionalmente neste ano, deverá absorver 15%,
ou 14 mil desses temporários, em contratações definitivas para suprir futuras expansões e substituição de
funcionários que tenham apresentado desenvolvimento insatisfatório, informou a entidade.
Neste ano, 60% dos consumidores entrevistados pela Alshop informaram que pretendiam presentear alguém
neste ano. Já sobre o valor médio das compras, quase a metade dos brasileiros pretendia desembolsar R$ 110 por
presente, enquanto 20% queriam gastar entre R$ 111 e R$ 200. No ano passado, a intenção de gasto médio
superava R$ 120. Isso é reflexo da inflação, que corrói o poder de compra. O brasileiro tem hoje menos dinheiro
disponível no bolso, acrescentou Sahyoun.
Sobre os meios de pagamentos usados, a Alshop identificou que: 55% das compras foram pagas com cartões de
crédito e débito; 25% com cartão próprio ou carnês das lojas; 10% com cheques e 10% em dinheiro.
O setor de perfumaria e cosméticos foi o segmento que despontou com crescimento no Natal e apresentou alta real
nas vendas de 3,70% na comparação anual. Já o segmento de vestuário teve retração de 5,80%. Os produtos
eletroeletrônicos, que têm componentes importados, sofreram com a alta do dólar durante o ano e também com a
redução do incentivo fiscal principalmente na linha branca e tiveram seus preços elevados e apresentaram queda
real de 2,0% sobre 2014, explicou a Alshop.
(Agência O Globo)
Valor Econômico on-line – SP