Os indianos deverão gastar cerca de US$ 9 bilhões neste ano comprando de tudo pela internet, de smartphones a cupcakes. A reguladora do mercado de capitais do país quer que eles adicionem outro produto ao carrinho virtual: fundos de investimentos. A Comissão de Supervisão do Mercado de Valores Mobiliários da Índia planeja mudar suas regras para permitir que lojas on-line como a Flipkart Online Services e a Amazon ofereçam fundos juntamente com outros produtos, disse o presidente da reguladora, U.K. Sinha, em entrevista em seu escritório em Mumbai.
Os fundos de investimentos ganharam popularidade entre os poupadores indianos: receberam mais dinheiro nos últimos 17 meses do que nos 12 anos anteriores. Contudo, apenas 3% da população de 1,2 bilhão de pessoas do país investe neles, pois a maioria prefere depósitos bancários ou ouro, segundo a Associação de Fundos Mútuos da Índia (AMFI, na sigla em inglês). A permissão para que os sites de comércio eletrônico vendam fundos ajudará os gestores de recursos a alcançarem investidores jovens acostumados a comprar on-line, oferecendo ao setor um novo canal de distribuição, disse Sinha.
“Há investidores tradicionais e há pessoas jovens que entendem de computadores com dinheiro para investir desde muito cedo na vida”, disse Sinha. “Estamos tentando mudar a maneira de vender fundos mútuos no país”.
As aplicações nos fundos ganharam força depois que o Partido Popular Indiano, do primeiro-ministro Narendra Modi, chegou ao poder, em maio passado. As carteiras de ações atraíram 1,3 trilhão de rúpias (US$ 19 bilhões) no período de 18 meses até outubro, excedendo a ingressos de 934 bilhões de rúpias registrados entre janeiro de 2002 e abril de 2014, segundo estimativas do Deutsche Bank.
Mesmo assim, o número de contas de investidores encolheu de 48 milhões em março de 2009 para 44 milhões em setembro passado, enquanto os distribuidores diminuíram de 90 mil para 62 mil.
Valor Econômico – SP