29/10/2015 às 05h00
Por James FontanellaKhan e Shannon Bond | Financial Times, de Nova York
A IBM está comprando os negócios digitais da Weather Company para melhorar os dados de previsão do tempo usados por suas plataformas na nuvem e de “internet das coisas”. As companhias não revelaram os termos financeiros, mas o negócio foi avaliado em cerca de US$ 2 bilhões, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. O grupo que opera no setor de tecnologia planeja integrar as operações de previsão do tempo da Weather Company com sua unidade existente que oferece dados relacionados com o clima a uma ampla gama de empresas. Companhias aéreas usam os dados para reduzir atrasos e varejistas podem usar análises de previsão do tempo para gerenciar estoques e distribuir mercadorias. A IBM disse ontem que a aquisição está relacionada com uma alocação de US$ 3 bilhões, neste ano, destinada a criar uma divisão de negócios envolvendo a “internet das coisas” que oferecerá dados e serviços baseados em nuvem usando o Watson, seu sistema de “computação cognitiva”. “Essa poderosa plataforma de nuvem deixará a IBM em condições de viabilizar setores inteiros de atividades com base em profundos conhecimentos multimodais que ajudarão as empresas a ter clareza e agir a partir de oceanos de dados que estão sendo gerados em torno delas”, disse John Kelly, vicepresidente sênior da IBM. O Weather Channel (canal de previsões do tempo), uma subsidiária separada, permanecerá sob controle proprietário da Weather Company. Mediante licença, a rede de TV terá acesso a dados de previsão e análises do tempo da IBM nos termos de um contrato de longo prazo. A Weather Company contratou a empresa de consultoria PJT Partners e o banco Morgan Stanley alguns meses atrás para analisar a viabilidade de uma venda da unidade digital. O objetivo era monetizar o sucesso de seu aplicativo móvel, um dos mais baixados nos dispositivos iPhone e iPad da Apple. As empresas Bain Capital, Blackstone e NBCUniversal, pertencente à Comcast, adquiriram a Weather Company por cerca de US$ 3,2 bilhões após um leilão muito disputado em 2008. À época, o canal de previsão do tempo era a terceira rede via TV a cabo mais distribuída nos EUA. A partir de então, sua audiência foi declinando, à medida que as redes de TV a cabo passaram a sentir dificuldades para conquistar novos telespectadores da “geração Y” (ou “millennials”, nascidos entre 1980 e 2000) e que as repetidoras passaram a pressionar os preços do serviço. A Comcast contabilizou um encargo de depreciação de US$ 252 milhões no início deste ano relacionado a seu investimento. A empresa informou que o valor de sua participação caiu para US$ 86 milhões, dos US$ 335 milhões no ano passado. (Tradução de Sérgio Blum)
Valor Econômico – SP