20/08/2015 às 05h00
Por Roberto Rockmann | Para o Valor, de São Paulo
A crise econômica não impediu a estreia de novas franquias internacionais ou nacionais. Entres as estrangeiras que iniciaram a operação este ano, a Shell trouxe a Jiffy Lube, especializada em lubrificantes, troca de óleo e serviços automotivos, com duas mil lojas nos EUA e no Canadá. Quinto maior mercado do mundo de lubrificantes para a companhia, o Brasil marca a expansão internacional da marca. Está prevista abertura de mais de 200 lojas nos próximos anos no país.
“O crescimento da frota de veículos dos últimos anos, com novos motores, criou a necessidade de uso de tecnologias avançadas de lubrificantes e redução de emissão de poluentes. Isso estimula um mercado com potencial a ser explorado no Brasil com tecnologia de ponta”, afirma Luis Henrique Stockler, sócio-fundador da ba}Stockler, que auxiliou na implementação do projeto.
Outras marcas deverão chegar ao país a partir do próximo ano, diz Stockler.
Uma empresa americana do setor de beleza já começa a conversar para desenvolver um plano para abrir uma rede de franquias no Brasil. Uma rede de comida latina da Guatemala está também iniciando os estudos para implementar seu projeto no Brasil.
“Assinamos o acordo com essa rede em junho, eles podem abrir até 20 pontos entre São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, estamos iniciando os estudos para eles avaliarem a decisão”, afirma Stockler. Para ele, esse momento será intenso de estudos de redes interessadas no Brasil. “Eles começam a olhar o mercado para colocar a bandeira em dois a três anos, muitas redes ingressaram agora porque estavam planejando isso há anos.”
Algumas redes que tinham deixado o país estão voltando. Como a Dunkin’ Donuts, que saiu do Brasil em 2005, e agora assinou um acordo com o Grupo OHL, sua franqueada master no Centro-Oeste. A intenção é abrir 65 restaurantes em Brasília e Goiás nos próximos anos.
“Queríamos abrir nossos primeiros restaurantes em Brasília antes, mas encontrar o local adequado se tornou complicado, então ficamos focados em assegurar os melhores lugares, antes de abrir a loja”, afirma Jeremy Vitaro, vice-presidente de desenvolvimento internacional da Dunkin’ Donuts. “Além dessa primeira loja, o Grupo OHL abriu um quiosque no ParkShopping em Brasília. Continuamos animados para expandir os negócios na capital federal e no resto do país nos próximos anos.”
A Dunkin’ Donuts continua prospectando franqueados master interessados em operar lojas em São Paulo e Rio de Janeiro, onde a ideia é abrir, pelo menos, 50 pontos nos próximos cinco a dez anos. A concorrência com outras marcas de alimentos não preocupa. A marca reforçou o conceito de cafeteria.
Além dos donuts, o cardápio inclui opções de café quente e gelado, cappuccinos, sanduíches, croissants e bagels.
O Brasil é central na estratégia de expansão da rede pela América Latina, onde já detém 350 pontos de vendas no Chile, Colômbia, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá e Peru.
Nascida em 1967, a ChickenIn chegou a ter 80 lojas espalhadas pelo Brasil em 1994, quando o fundador morreu. A rede se esfacelou, sobrando alguns restaurantes no interior de São Paulo, sem a presença de uma franqueadora.
No ano passado, executivos da empresa conseguiram fechar um acordo com um investidor (cujo nome e o investimento não foram revelados) para investir na criação de rede em parceria com a RGF Reestruturação & Gestão para Donos, que também tem participação.
“Estamos reformando uma loja na zona central de São Paulo, temos um franqueado com loja em shopping do Rio de Janeiro e deveremos abrir mais seis, com foco no interior de São Paulo. “, diz Renato Zuccari, presidente da ChickenIn e sócio da RGF. Em 2016, a ideia é ter 60 pontos de vendas, com foco na região Sudeste.
Para Alex Vigatto Silva, sócio da Goakira, as redes internacionais continuarão interessadas no Brasil. “Algumas que chegaram ao país no ano passado devem reforçar sua presença no território nacional, como a Petland e a Benefit, enquanto outras devem desembarcar no Brasil em 2016, com destaque para as áreas de beleza, educação e saúde, que têm uma resiliência maior em tempos de crise.
Valor Econômico – SP