22 de Julho de 2015 08:00
A marca de roupas americana Hollister está sendo acusada, novamente, de exagerar na prática do storytelling ao inventar sua própria história. Em um artigo escrito na revista The New Yorker, Dave Eggers mostra que, durante anos, os funcionários da empresa foram orientados a falar sobre uma origem fictícia da marca.
Na história criada pela empresa, John M. Hollister nasceu no Século XIX e viveu sua juventude nas praias de Maine, nos Estados Unidos. Após se formar em Yale, no ano de 1915, foi para a Índia onde comprou uma plantação de borracha. Lá, se apaixonou e saiu velejando pelo Pacífico em busca de artesanatos locais com sua companheira. Em 1919, chegou a Los Angeles e lá fixou residência abrindo uma loja em Laguna Beach para vender as roupas das regiões por onde passou, posteriormente, transformado a Hollister no que ela é hoje.
De acordo com o artigo da The New Yorker, porém, essa é uma das histórias inventadas por Mike Jeffries, CEO da Abercrombie & Fitch, dona da marca. De acordo com a reportagem, a história real da Hollister começa em 2000 com a abertura da primeira loja em Columbus, Ohio, já como parte da holding. No artigo, Eggers também afirma que as roupas vendidas pela empresa são bem parecidas com as que podem ser encontradas em varejistas como Target e Walmart, mas com custo três vezes maior.
Storytelling
A prática do storytelling causou polêmicas no Brasil em 2014. Em dezembro, a marca brasileira de sorvetes Diletto assumiu que a história contada em seus materiais promocionais não era verdadeira e que a inspiração para criar os produtos não veio de Vittorio Scabin, sorveteiro da região do Vêneto, que fabricava picolés com frutas frescas e que teve de buscar abrigo em São Paulo por causa da Segunda Guerra Mundial. A empresa acatou a decisão de Conar de realizar as alterações devidas.
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