21/07/2015 às 05h00
Por Adriana Mattos | De São Paulo
A Máquina de Vendas, terceiro maior grupo varejista de eletroeletrônicos do país, com faturamento anual de R$ 10 bilhões, tem procurado redes varejistas e investidores para sondar o interesse na operação, apurou o Valor. Segundo um interlocutor próximo à Màquina, o plano não é vender toda a operação. A Máquina está em fase de reestruturação e, com a expectativa de uma operação mais ajustada, existe a possibilidade de se associar a um investidor ou varejista mais à frente. O comando da rede Magazine Luiza esteve com executivos próximos à Máquina meses atrás e o assunto foi tratado. O Valor apurou que Luiza Helena Trajano, presidente da rede, disse aos donos da Máquina que não teria, neste momento, interesse num acordo. Um desses contatos aconteceu num jantar, há cerca de três meses, entre executivos do varejo, em São Paulo. A área de fusões e aquisições do BTG Pactual também esteve, há cerca de quatro meses com Luiza Helena, sondando se teria interesse em uma fusão com a Máquina. O empresário Abilio Diniz, que considera a Máquina uma operação com potencial de crescimento, foi sondado informalmente há cerca de dois meses. Abilio é sócio da Península Participações, companhia de investimentos da família Diniz. O Valor apurou que Abilio gosta do negócio, mas não houve avanços nas conversas. Com foco de Abilio na operação do Carrefour e na BRF empresas em que é sócio e também com a necessidade de a Máquina voltar a dar resultados consistentes, há algumas prioridades à frente, tanto para Abilio quanto para a varejista, segundo interlocutores ouvidos. A Máquina de Vendas também esteve nas últimas semanas em conversas com fundos de investimentos interessados em ter uma participação minoritária no negócio, em troca de um aporte na operação, para garantir maior liquidez ao negócio. Formada da união em 2010 de Insinuante e Ricardo Eletro, a Máquina de Vendas é um negócio com faturamento de R$ 10 bilhões ao ano e pouco mais de mil lojas. O grupo é formado pelas redes Insinuante e Eletro Shopping, com foco no Nordeste& 894; Ricardo Eletro, com operação no Sudeste& 894; Salfer, no Sul& 894; e City Lar, no CentroOeste. Fontes do setor têm visto essa movimentação da varejista como uma forma de a empresa verificar, inicialmente, se há alguma disposição no mercado com poucos negócios de grande porte e, especialmente, com capital disponível para uma negociação de porte maior no ano que vem. O varejo eletroeletrônico vive um de seus piores períodos nos últimos anos, e a empresa precisar recuperar ritmo de vendas, voltar a gerar mais caixa e completar a integração dos negócios. A consultoria de Enéas Pestana apresentou para a Máquina, neste mês, um diagnóstico dos problemas operacionais e financeiros e um plano de ação. Procurada, a Máquina diz que não há negociações em curso hoje.
Valor Econômico – SP