Por Paulo Renato Nepomuceno | A Temu alcançou os 25 milhões de usuários ativos mensais em setembro, superando os clientes ativos do também chinês AliExpress e do Magazine Luiza. Agora, a plataforma de vendas on-line, que iniciou as operações no Brasil em junho, está em terceiro lugar do ranking de apps de compras online com mais usuários ativos no país.
A Temu só fica atrás do Mercado Livre e da Shopee, que têm, respectivamente, mais de 35 e 45 milhões de usuários ativos. Os números são de um relatório divulgado pelo banco americano Citi, que utilizou dados da SimilarWeb e da SensorTower.
Alta de 31% em um mês
O crescimento da Temu — que já em julho, seu segundo mês de operação, superou o número de usuários ativos das Casas Bahia e Amazon — foi de 31% na base de usuários ativos entre agosto e setembro, quando registrou 19 milhões de usuários ativos naquele mês.
Para efeito de comparação, a Shopee teve um aumento de 22% em 12 meses, na comparação com agosto do ano passado, e o Mercado Livre 11%. Registraram diminuição na base ativa em 12 meses as Casas Bahia, com redução de 8%, e a Magazine Luiza, cedendo 3%.
A loja virtual chinesa também liderou o número de downloads de aplicativos, alcançando 5,8 milhões em seu quarto mês de operação no país. O número foi mais do que o dobro dos segundos colocados: Shopee e Mercado Livre, tiveram, cada um, 2,5 milhões de downloads.
É natural que novas marcas, que estão chegando ao mercado, registrem um número mais expressivo de downloads. O número de downloads em todo e-commerce caiu, em média, 19%, segundo o relatório.
Com um plano agressivo de vendas e descontos, o marketplace do bilionário chinês Colin Huang registra, desde o mês da sua estreia no Brasil, a liderança dos downloads de aplicativos de compras via internet. A Temu alcançou quase oito milhões de downloads em julho, registrando 7,2 mi em agosto e, no mês passado, 5,8 milhões.
Os dados expressivos de usuários em tempo tão curto refletem a estratégia dessas plataformas para iniciar a penetração no mercado brasileiro. É o que diz Ana Paula Tozzi, sócia da AGR Consultores e especialista de varejo, que elenca a gamificação do aplicativo — que permite rodar uma roleta com prêmios que vão de brindes a descontos — como um fator adicional de retenção da clientela:
— Temos que olhar para trás e lembrar quando a Shein e o Ali Express entraram no Brasil, o caminhão de esforço que eles fizeram. Sob o ponto de vista comercial, o Temu entrou com a força de frete grátis e forte política de reembolso. E as outras operações (concorrentes) já saíram disso, porque já tem base de clientes — diz ela, afirmando que o processo de entrada dos outros e-commerces no país apresentaram prejuízo nas operações iniciais para fidelizar a clientela.
— A Temu chega com uma proposta agressiva na área comercial, com frete grátis, porque está no momento de conquistar. E a gente tem um galã novo aqui que é a gamificação. O brasileiro adora novidade, em termos digitais, e isso tem um lado encantador, causando um aumento de engajamento na plataforma — afirma, elencando o jogo de sorte como um fator de aproximação com os mais jovens, cada vez mais conectados.
Apesar do aumento considerável na base de usuários mensais, a Temu não aparece entre os principais sites em tráfego. No mês passado, o tráfego nas páginas da web (acessado fora de aplicativos, via navegador) foi liderado pelo Mercado Livre, com 224 milhões de visitas. A Amazon veio em seguida, com 170 milhões de acessos, seguida da Shopee, com 118 milhões, e Magazine Luiza, com 107 milhões.
Fonte: O Globo