08/04/2015 Reuters Objetivo da empresa americana é reforçar a operação na Europa, onde será a segunda maior A FedEx Corp vai comprar a empresa de entregas holandesa TNT Express por US$ 4,8 bilhões, intensificando o desafio para rivais na Europa como a United Parcel Service e a Deutsche Post. Os reguladores europeus bloquearam, em 2013, a aquisição da TNT pela UPS devido a preocupações de que isso iria limitar a concorrência, mas analistas e executivos comentaram que, nesse caso, a FedEx, com sua frota aérea forte, complementaria a rede rodoviária transeuropeia considerável da TNT. Além do mais, diferentemente da FedEx, a UPS já tinha uma rede forte na Europa quando fez sua proposta pela TNT. A Europa, apesar de seu baixo crescimento, ainda é um mercado enorme, tanto para importação quanto para a exportação, disse o executivo-chefe da FedEx Corp Fred Smith. A aquisição da TNT fortalece a operação da FedEx na Europa, especialmente no mercado doméstico francês e no Reino Unido, onde sua atuação não é tão forte, complementou Smith. Analistas do ING estimam que a fatia de mercado da Deutsche Post DHL é de 19% no mercado europeu; seguido pela UPS, com 16%; TNT, com participação de 12%; e FedEx, com 5%. Com a aquisição, a companhia americana saltaria para a segunda posição no continente. A FedEx ofereceu 8 em dinheiro por ação ordinária (o que representa um prêmio de 33% sobre o fechamento do papel na semana passada). Apesar disso, a quantia é inferior aos 9,5 propostos pela UPS. Como a FedEx tem sido o concorrente mais próximo da TNT, acreditamos que uma segunda oferta seja pouco provável, disse o analista da ABN, Amro Maarten Bakker. O diretor financeiro da FedEx, Alan Graf, destacou que a empresa iria ser muito agressiva em gastos com a integração no primeiro ano, e que o negócio criaria sinergias de custos não especificados. A aquisição foi recomendada por unanimidade pelo conselho de supervisão da TNT. O maior acionista da TNT, o PostNL, que possui uma fatia de 14,7%, afirmou que iria apoiar a aquisição pela FedEx. A TNT registrou receita de 6,7 bilhões (US$ 7,3 bilhões) em 2014, com cerca de dois terços gerados na Europa uma fração do volume de negócios US$ 47 bilhões ( 43 bilhões) de seu comprador americano. A consolidação do setor de entregas da Europa acirra a disputa por participação de mercado, colocando pressão sobre os preços e a rentabilidade das empresas. Segundo o Financial Times, a TNT teria que vender suas operações aéreas como parte do acordo. A FedEx, que tem mais de 660 aeronaves em sua frota global, disse que a rede rodoviária da TNT que conecta mais de 40 países por meio de 19 centros e mais de 550 postos de entrega seria altamente complementar.
Brasil Econômico – SP