Por Redação | O faturamento do setor pet brasileiro crescerá 14% em 2023, alcançando a marca de R$ 68,6 bilhões. É o que revela projeção do IPB (Instituto Pet Brasil) com base no desempenho do mercado até 30 de setembro.
O IPB, instituição que há 10 anos estimula o desenvolvimento do setor pet brasileiro, divulga trimestralmente projeções do faturamento anual. Já o faturamento consolidado é divulgado no início do ano seguinte. O faturamento consolidado de 2022 foi de R$ 60,2 bilhões, alta de 16,4% sobre 2021, que registrou faturamento de R$ 51,7 bilhões, segundo o IPB.
“O faturamento do setor pet tem batido recordes ano a ano, mas percebemos uma desaceleração do crescimento a partir de 2021”, explica Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do IPB. “Esse cenário é resultado da pressão exercida pela alta carga tributária, o que impacta diretamente no consumo e na qualidade de vida dos nossos companheiros.”.
Por segmento
No levantamento divulgado, de janeiro a setembro de 2023, o segmento de pet food, que é a venda de alimentos industrializados para animais de estimação, caminha para um faturamento de R$ 38,1 bilhões (55,5% do total) e um crescimento de 13% frente a 2022. É, também, um dos segmentos que registra maior crescimento: em 2022, ficou atrás somente do pet care.
“Em contrapartida, o pet food é enquadrado como item supérfluo e sua tributação ocorre em semelhança com bebidas e cigarros”, lamenta Marraccini “Hoje, a tributação sobre o alimento pet supera os 50% na somatória de alíquotas, um índice descabido e que coloca o Brasil como um dos países que mais tributa o alimento pet no mundo.”
Em seguida, a venda de animais de estimação diretamente dos criadores tem a projeção de movimentar R$ 7,3 bilhões, o que representa 10,6% do faturamento total e alta de 15,5% em relação a 2022. Em terceiro lugar, está o segmento pet vet, que é a venda de medicamentos veterinários, com R$ 6,9 bilhões, representando 10% do faturamento do mercado e projeção de alta de 16,3% para 2023.
Os demais segmentos são serviços veterinários (R$ 6,6 bilhões, 17,5% de alta e uma fatia de 9,6% do mercado), serviços gerais (R$ 5,9 bilhões, 10,4% e 8,5% respectivamente) e pet care, os produtos de higiene e bem-estar animal, (R$ 3,9 bilhões, 17,4% e 5,7%).
Canais de acesso
Com uma fatia de 49%, os pet shops pequenos e médios representam praticamente metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet. Com alta de 13%, esse canal de acesso dos consumidores projeta faturamento de R$ 33,5 bilhões em 2023.
Com um aumento de 15,3% em relação a 2023, as clínicas e hospitais veterinários se mantiveram como segundo principal canal de acesso aos produtos e serviços. Com a projeção de faturar R$ 12,6 bilhões, eles representam 18% do faturamento total.
Comércio eletrônico
Com 6,7% da fatia do mercado, o e-commerce pet tinha R$ 1,44 bilhão de faturamento em janeiro de 2020 e a indicação é que chegará aos R$ 4,6 bilhões no final de 2023, um aumento de mais de 200%.
O e-commerce especializado (empresas que vendem os seus produtos apenas pela internet) lidera as vendas em 2023, com participação de 42,5% sobre o faturamento total. A projeção indica que o segmento movimentará R$ 1,94 bilhão dos R$ 4,58 bilhões até o fim do ano.
Neste segmento, o e-commerce de mega stores ainda supera os pequenos e médios pet shops e se consolida na segunda colocação, com um faturamento previsto de R$ 1,2 bilhão contra R$ 984 milhões dos menores. Clínicas e hospitais veterinários, agrolojas, varejo alimentar (mercados e mercearias) e outros (como clubes de serviços, lojas de conveniência e farmácia) completam, nesta ordem, a lista.
“Para 2024, as previsões indicam a manutenção da cautela para o setor. Para além das instabilidades econômicas e prováveis alterações nas legislações que alavancaram o comércio e serviços nos últimos anos, a discussão ainda sem previsão de término da Reforma Tributária traz um alerta para todos”, conclui Marraccini.
Fonte: Mercado e Consumo