Por Daniela Braun | A varejista GPA ainda tem um potencial de cerca de R$ 500 milhões em ativos a serem liquidados na primeira metade de 2024, disse hoje Rafael Russowsky, vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores do GPA.
“A estratégia é pagar dívidas mais caras com venda de ativos e buscar reduzir o custo da dívida”, disse Russowsky em teleconferência com analistas, nesta terça-feira (31).
Entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, o GPA colocou em caixa R$ 330 milhões ao vender imóveis próprios e alugar os mesmos (foram 11 lojas nesse modelo “sales and lease back”); um terreno na Barra da Tijuca, no Rio (por R$ 250 milhões); e outros terrenos (por R$ 50 milhões).
“Nossa intenção não é sentar em um caminhão de liquidez, mas reduzir a dívida estrutural”, completou.
O GPA encerrou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 2,96 bilhões, equivalente a 2,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês). Um ano antes, a dívida somava R$ 3,47 bilhões — 3 vezes o Ebitda.
O GPA pretende fechar a venda de sua sede, na capital paulista, por cerca de R$ 250 milhões, entre o fim de 2023 e o primeiro trimestre de 2024, informou Marcelo Pimentel, presidente da varejista, ao Valor.
“Temos a oportunidade de seguir diluindo despesas, com alta de vendas e otimização de custos”, comentou Pimentel hoje, na teleconferência. “Estamos comprometidos com a desalavancagem da companhia e não vamos fazer investimentos fora da curva”, frizou.
Um dos investimentos da companhia no terceiro trimestre foi dedicado a uma ferramenta de personalização dos hábitos dos clientes em compras on-line.
“A ferramenta de Customer Data Plataform, da Adobe, hiperpersonalizará a venda on-line com foco em clientes premium”, notou Pimentel.
O GPA informou ter alcançado um valor bruto transacionado nos canais digitais de R$ 470 milhões no terceiro trimestre, alta de 15%, na comparação anual.
A ação do GPA fechou a terça-feira (31) entre as principais altas do Ibovespa, após o grupo ter divulgado o balanço do terceiro trimestre na noite anterior. Os papéis tiveram valorização de 8,4%, cotados a R$ 3,62.
Para o mercado, o avanço de 6,6% nas vendas “mesmas lojas” (que considera unidades abertas há pelo menos 12 meses) e a margem Ebitda ajustada de 7% indicaram uma tendência de melhora operacional do grupo, como efeito positivo de sua reestruturação. (Colaborou Ana Beatriz Bartolo)
Fonte: Valor Econômico