Por Mariana Desiderio | A forma preferida de parcelamento é o cartão de crédito, citado por 73% dos entrevistados. Em seguida vem o PIX parcelado, com 9%. Dentre as categorias em que mais usa o parcelamento no cartão estão roupas e acessórios (41% preferem o usar o cartão) e eletroeletrônicos (50%). A pesquisa ouviu 667 pessoas e tem margem de erro de 3,8 pontos percentuais.O estudo foi realizado pela CNDL e pelo SPC Brasil em parceria com a Offerwise, entre 31 de julho e 8 de agosto.
Os dados também evidenciam a elevada oferta de crédito pelas instituições financeiras e a inadimplência alta. Dentre os entrevistados, 47% disseram que receberam oferta de cartão de crédito; 32%, de cartão de loja; 30%, de empréstimo pré-aprovado; e 24% receberam oferta de aumento do limite do cheque especial. Dentre os entrevistados, 34% disseram que ficaram com o nome sujo devido à inadimplência no pagamento das compras parceladas, sendo 21% devido ao cartão de crédito. Outros 60% não foram negativados.
Entenda a discussão
Recentemente, presidente do BC falou em “disciplinar” parcelamento. Roberto Campos Neto levantou a possibilidade de se criar uma tarifa para desincentivar o parcelamento sem juros no cartão de crédito. A continuidade ou não das compras parceladas sem juros abriu uma briga entre grandes bancos, varejo e fintechs.
Entidades do setor de comércio e serviços se uniram para defender a modalidade de pagamento. Elas pedem que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não permita que os bancos acabem com o parcelamento sem juros. Além da CNDL e da Anamaco, integram a campanha a Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e a Afrac (Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços).
Governo e Congresso buscam reduzir os juros do cartão e a inadimplência. Um projeto em tramitação no Senado estabelece um teto de 100% para os juros do rotativo e estipula prazo para uma solução acordada com os bancos. O texto não aborda, no entanto, o parcelamento de compras sem juros, modalidade apontada pelos bancos como responsável pelas altas taxas —que chegaram em agosto a 445,7% ao ano.
Fonte: Economia UOL