Sex, 06 de Março de 2015 18:03
O ano de 1976 foi de transformação para o varejo gaúcho. Até então, a geração nascida em Porto Alegre a partir da segunda metade da década de 1940 a primeira a conquistar uma identidade jovem não tinha acesso a roupas que representassem seu lifestyle. Faltava uma marca que, mais do que entender a geração flower power, partilhasse de seus valores, dúvidas e questionamentos. Sílvio Sibemberg fazia parte do grupo cujos ternos do armário davam lugar aos jeans, e cuja atitude se deixava levar pelo Rock n’ Roll dos anos 1970, pela rebeldia, a indignação e a busca de liberdades individuais. E ele percebeu que, apesar da efervescência cultural da capital gaúcha na época, não havia uma loja que atendesse esse anseio. A Gang surgiu em 1976 justamente com esse papel: mais do que uma loja, um espaço de expressão.
Inicialmente localizada na Galeria Malcon, no Centro Histórico de Porto Alegre, a Gang trazia ao Rio Grande do Sul uma novidade à qual poucas lojas haviam aderido: o jeans. O sucesso veio rápido. Não só pela qualidade dos produtos, mas por ser um canal de voz para um novo tipo de público. Uma voz questionadora, que entendia os anseios e dilemas inerentes de ser jovem e os acompanhava aonde quer que fossem. O fato de ter se engajado nesta causa fez com que a Gang rapidamente criasse uma identificação com os jovens.
Abria-se, ali, uma janela de oportunidade que poucas redes conseguiam alcançar: a criação de uma marca própria, com a cara, o jeito de ser e a atitude da Gang. Assim, a rede pôde expandir por dois caminhos: a abertura de novas lojas na capital e no interior e a entrada em lojas multimarcas de todo o país hoje, são 40 lojas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mais de 150 revendedores autorizados e presença na web com o e-commerce.
Uma linguagem para cada geração
O posicionamento da marca refletia a ideia de que o jovem estava antenado à situação política do país e que estava disposto a sair às ruas para lutar por uma nação melhor. Exemplo disso é que, no início de 1990, a filial da Rua Otávio Rocha era decorada de forma peculiar: com um painel onde se via a contagem regressiva para o fim do governo de José Sarney. Era o reforço do elo emocional entre os clientes e a marca. A essa altura, a Gang já não era mais o reino do jeans. Era muito mais que isso. Era o reino dos jovens. O novo slogan A Loja que te Entende, mandava uma mensagem clara: a Gang compreendia a realidade dos adolescentes. Ser jovem não era só curtição: havia os conflitos com os pais, os dilemas dos primeiros namoros, as dificuldades na escola. Deu tão certo que, hoje, um em cada três gaúchos dizem já ter tido sua fase Gang.
O sucesso e a maturidade que a Gang conquistou ao longo de seus quase 40 anos foram coroados com um novo marco em 2013: a aquisição da Gang pela rede varejista Pompéia. Com públicos-alvo complementares, as marcas deram um grande passo: alinhar os valores das duas empresas sob o gua
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