Por Victoria Netto | As vendas totais da Aliansce Sonae no primeiro trimestre de 2023 cresceram 16,2%, atingindo R$ 5,7 bilhões no critério pro forma. Este foi o primeiro resultado consolidado após a combinação de negócios com a BR Malls em janeiro deste ano. As vendas em mesmas lojas, por sua vez, expandiram 12,8%.
De janeiro a março, a receita líquida somou R$ 607,5 milhões, um avanço anual de 9,2%, com destaque para as performances de aluguéis e expansão de 24,3% no resultado de estacionamento. Com ajuste, o crescimento foi de 10,5%, para R$ 600,3 milhões.
O lucro líquido da companhia combinada somou R$ 2,97 bilhões no primeiro trimestre de 2023. No mesmo período do ano anterior, a Aliansce sozinha havia reportado lucro de R$ 52,3 milhões. O número é um ganho contábil em relação à combinação de negócios, considerando que a fusão ocorreu majoritariamente em ações.
“O lucro não reflete um efeito econômico no caixa, é puramente a aplicação de uma norma que, pela variação dos preços das ações da BR Malls, fez com que gerasse esse ganho já esperado”, afirma ao Valor a diretora financeira da companhia, Daniella Guanabara.
“Chegamos no fim do primeiro trimestre desde a combinação das companhias sem nenhuma ruptura e tivemos crescimentos expressivos que refletem a trajetória das duas empresas”, acrescenta. Ela atribui o resultado ao sucesso da integração, que começou a ser implantada desde junho de 2022, enquanto o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisava a operação.
A diretora diz que a empresa segue com o cronograma de integração, mantendo as estimativas de sinergias de fusão entre R$ 180 milhões e R$ 210 milhões. A previsão é que, a partir do segundo semestre, o resultado fique mais visível.
O desempenho operacional e a melhor performance dos lojistas contribuíram para o avanço de 11,6% do lucro líquido operacional, a R$ 540,6 milhões, com alta de 1,4 ponto na margem, para 92,3%. O indicador ajustado chegou a R$ 533,3 milhões.
O lucro do setor ajustado por efeitos não caixa, por sua vez, atingiu R$ 236,3 milhões, expandindo 22,7% em relação aos primeiros três meses de 2022. A diretora financeira atribui o resultado ao gerenciamento de passivos, com consequente redução do custo médio da dívida para CDI mais 0,8%, frente à taxa anterior de CDI mais 2,2%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado totalizou R$ 443,5 milhões, alta de 9,1% em base anual, com margem estável de 73%. O endividamento líquido total da empresa ao fim de março somava R$ 4,5 bilhões, considerado “bastante confortável e bem equilibrado” pela empresa. A alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o Ebitda, terminou março em 2,4 vezes.
A taxa de ocupação passou para 96,8%, recuo marginal de 0,32 ponto ante o ano passado, enquanto o custo de ocupação teve leve queda de 0,67 ponto, indo a 11,5%. A taxa de inadimplência ficou em 4,6% neste trimestre, ante 6,2% no mesmo período do ano passado. “Tivemos uma redução e temos conseguido reportar números saudáveis mesmo dentro de um cenário macro mais desafiador”, afirma Guanabara.
A empresa encerrou o primeiro trimestre com área bruta locável própria de 1,4 milhões de metros quadrados, queda anual de 12,3%.
Fonte: Valor Econômico