A varejista de móveis e objetos de decoração vai proteger o caixa nos próximos meses
Por Adriana Mattos
O comando da varejista de móveis e decoração Westwing informou ontem que deve manter uma política mais racional de gastos e de proteção ao caixa até que apareçam sinais mais claros de retomada nas vendas. E como parte dessa postura de contenção de despesas e revisão de projetos, a empresa decidiu fechar o seu “marketplace”, shopping que funciona em plataformas de outras empresas.
Trata-se da operação do Mezzanine, em “marketplaces” de terceiros como Magazine Luiza e Americanas. A Westwing vai focar na operação principal da empresa: os canais Westwing Club, Now e as lojas da rede. “Fizemos isso para focar em rentabilidade”, disse Andres Mutschler, CEO do Westwing.
A margem bruta da rede caiu de 46,9% para 41,4% entre segundo trimestre de 2021 e 2022. A receita líquida teve redução de 22,7% de abril a junho, atingindo R$ 61,5 milhões. “Sentimos queda [na demanda] por itens aspiracionais e de compra por impulso, com as pessoas consumindo mais outros segmentos, como viagens e moda”, informou a empresa.
A Westwing analisa a abertura de novas unidades no país neste ano, após duas inaugurações de abril a junho. “Vamos avaliar se vamos continuar [a abrir mais lojas]”, afirmou o CEO. São oito unidades no país da marca, com operação também no on-line.
“Nosso plano é proteger caixa nos próximos meses para, quando cenário melhorar, voltar a investir”, disse o executivo. O consumo de caixa operacional vem melhorando nos últimos dois trimestres, atingindo R$ 16,9 milhões de abril a junho. A empresa vem buscando aumentar a preservação de capital, com ações como a redução do parcelamento das vendas no cartão de crédito e implementação de desconto de 5% para pagamentos via PIX no Club, o clube de compras da empresa. Analistas destacaram em relatório que essa política deveria ser mantida pela varejista.
A empresa teve prejuízo de R$ 8,7 milhões no segundo trimestre – um ano antes, teve lucro líquido de R$ 597 mil. A perda refletiu a queda nas vendas e a piora no resultado financeiro.
Fonte: Valor Econômico