05/02/2015 Gabriela Murno Lançada ontem, a agência de live marketing, iNFavela parceria da Invent com a Cufa nasce com o objetivo de aproximar grandes marcas dos consumidores das comunidades Com investimento de R$ 2 milhões previsto para os próximos dois anos chega ao mercado uma nova agência de live marketing, a iNFavela. Uma parceria entre a Invent Live Marketing, do Grupo PPG, e a FHolding, mantenedora da Central Única de Favelas (Cufa), a agência nasce com o objetivo de aproximar as grandes empresas dos consumidores das favelas. É uma oportunidade tanto para as comunidades, pois levamos algo que elas não teriam sozinhas e geramos empregos; quanto para as marcas, pois podemos explicar como acessar esse mercado, que tem um potencial enorme , afirma o presidente da Invent e da iNFavela, Sandro Ferreira. Há marcas que já têm experiências em favelas, mas de forma muito empírica. O que queremos é levar inteligência à essa relação. As comunidades e as ações vão depender dos objetivos e problemas de cada marca, completa ele. Segundo o Instituto Data Favela, 12 milhões de pessoas moram hoje nas mais de 6 mil favelas de todo o Brasil, que movimentaram R$ 64,5 bilhões, em 2014. Montante semelhante aos PIBs de Paraguai e Bolívia somados. Para Renato Meirelles, presidente do Data Favela, o grande desafio é entrar em um mundo corporativo, que não entende, ou muitas vezes não quer entender a favela. Se existisse um estado reunindo todas as favelas, seria o quinto maior do país. Temos mais favelados do que gaúchos, diz ele. Para Celso Athayde, fundador da Cufa e presidente da FHolding, a comunicação voltada a população das favelas ainda é pouco explorada. Muitas empresas vão para cidades de 150 mil habitantes para tentar abrir mercado, então as favelas têm sim potencial. As empresas precisam criar uma plataforma de entrada nesse espaço de maneira sólida, pois o consumidor está ali. Se vamos a uma favela hoje, as pessoas têm geladeira, televisão, videogame, smartphone, diz ele. A nova agência já nasce com 25 funcionários sendo 75% pessoas das comunidades , com presença nas cidades do Rio, São Paulo, Brasília e Salvador, e com trabalhos para Ambev, Grupo Light e Avante. A meta é trabalhar para de cinco a sete clientes em 2015. Estamos estudando as comunidades há cerca de um ano. Fizemos um projeto para a Light, que envolveu 20 comunidades do Rio, que tinha como objetivo informar aos moradores sobre o aumento na conta de luz. Vimos que a comunidade queria ter um diálogo com a empresa e restabelecemos esse canal, explica Ferreira. Cem por cento das 1,2 mil comunidades do Rio consomem nosso produto, mas só 20% são nossos clientes. Trazer essas pessoas para a formalidade é o melhor mercado que temos. Será um trabalho árduo, mas demos o primeiro passo, completou a gerente de Marketing da Light, Jordana Garcia. O lançamento oficial da agência foi realizado ontem, no Consulado Italiano do Rio de Janeiro. Também participaram da cerimônia o presidente do Grupo PPG, Fernando Barros, e a primeira-dama do estado do Rio, Maria Lúcia Cautiero Horta Jardim.
Brasil Econômico – SP