Criada há 25 anos, a rede que conta hoje com mais de 250 lojas entre supermercados e atacarejos, prevê um arrojado crescimento no Triângulo Mineiro
Por Helenice Laguardia
Há 25 anos no mercado, o Supermercados BH, fundado por Pedro Lourenço, abriu a 253ª loja, no Vale do Sereno, em Nova Lima, voltada ao mercado de luxo da região. Com 25 mil colaboradores, o empresário mineiro também comemora o crescimento histórico da rede mineira, a sétima maior do país, de R$ 11 bilhões em 2021. Entre pedidos de fotos de funcionários que admiram o dono e um olhar atento às gondolas, Pedro deu a seguinte entrevista à coluna Minas S/A:
Há 25 anos no mercado, o Supermercados BH abre a 253ª loja, desta vez no Vale do Sereno, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, do segmento premium, de mercado de luxo. Tem alguma modificação na rede ou continua o mesmo mix de produtos?
Aqui é diferente pelo mix da loja. Em relação às outras, tem um mix bem maior, com variedade muito grande para atender a região do Vale do Sereno, em Nova Lima, e do bairro Belvedere (Belo Horizonte). Então chegamos com o conceito do Supermercados BH que é o mesmo em todo lugar – de preço baixo e de qualidade. Aqui você vai encontrar produtos que em outras lojas não tem.
Como você avalia a rede, criada por você, para os próximos anos?
Nós diversificamos bastante. Criamos, há dois anos, o atacarejo do Supermercados BH. Hoje já temos dez lojas (com previsão de inauguração de mais duas), vamos para 12 atacarejos. Nós fazemos a loja conforme o público dela.
Qual é o seu projeto para os próximos anos, qual é o número de lojas que você quer atingir com sua marca?
Eu queria ter uma loja, você até sabe disso e conhece bem a história (ex-vendedor de café e supervisor de atacado, Pedro começou o Supermercados BH depois que vendeu a caminhonete que tinha e abriu a primeira loja no bairro São Benedito, em Santa Luzia). Esse ano (2021) foi bem especial para mim e para todos nós, do Supermercados BH, porque nós fizemos 25 anos e fizemos 25 mil colaboradores, então é uma coincidência boa. E não temos um projeto de ter 500 lojas. A gente vai seguir crescendo. Não pode parar de crescer. Ano que vem tem muita loja para ficar pronta, devemos abrir dez lojas no ano que vem. As oportunidades vão aparecendo, e a gente vai crescendo.
O Supermercados BH já é o sétimo maior do país, de acordo com ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Como estão seus planos para colocar a empresa mineira entre os cinco maiores do país?
Eu acho que não é fácil porque todo mundo cresce no nosso setor supermercadista. E ainda dividiram as bandeiras – o Extra com o Assai –, aumentou mais um na concorrência. Mas em 2021 é capaz de termos subido uma posição, acho que sim, porque estamos crescendo bastante. Mas já, já vamos chegar ao quinto lugar, se Deus quiser. Daqui a dois anos, a gente espera chegar ao quinto lugar no ranking da Abras.
E no faturamento, qual é a cifra do Supermercados BH em 2021?
Deve ser o ano que nós mais vamos ter crescido, em 2021. Fechamos 2020 com R$ 8,9 bilhões, 2021 deve representar um crescimento de R$ 2 bilhões, com venda de R$ 11 bilhões. Então, é um crescimento de R$ 2 bilhões ao ano. É uma coisa que vai ficar registrada, vai ficar na história.
Você tem planos de levar a marca do Supermercados BH a mais municípios?
Abrimos em Jaíba, no Norte de Minas, vamos abrir em Ponte Nova, estamos abrindo em Martinho Campos, Pouso Alegre. Temos um projeto para cinco lojas para o Triângulo Mineiro, para Uberlândia, em 2022, e a ideia é inaugurar umas três lojas, de uma vez. A gente vai para mais lojas em cidades do interior.
Fora de Minas Gerais você tem planos de estar em outros Estados?
Não. Minas Gerais é muito grande, e, dos 853 municípios, estamos em cerca de cem municípios. Faltam muitas cidades. Então vamos trabalhando aqui mesmo em Minas, e é aquele ditado do mineiro: tem que fazer o dever de casa. Não adianta ir para outros Estados, temos que fazer primeiro o Estado da gente. Mas não tenho intenção de sair de Minas Gerais, não.
Com a abertura de lojas, são mais pessoas contratadas?
Com certeza. A cada ano vai aumentando o número. Se abrir dez lojas, a média é de 1.500 a 2.000 funcionários. A média de contratação deve ser de 1.500 pessoas por ano.
Quantas pessoas demandam numa loja como essa do Vale do Sereno?
Essa loja tem 2.000 m² de área livre de venda, é uma loja que vai funcionar de segunda a sábado até 21h30 e no domingo até 19h30, e ela tem 180 funcionários diretos.
Qual é a sua expectativa em relação a 2022, com eleição? Isso afeta o setor ou é muito mais a inflação que afeta os planos do consumidor de comprar?
O ano de 2022 não vai ser muito fácil devido à eleição, devido aos juros que estão muito altos, e isso tira a ponta do investimento quando precisa fazer financiamento aí e mais complicado para as pessoas. No nosso caso, estamos tranquilos, não devemos a banco e esperamos não ter que recorrer, mas quem tiver que recorrer a banco vai ter dificuldades, porque o juro está muito alto.
Qual é o investimento para abrir cada loja do Supermercados BH?
Uma loja como essa (Vale do Sereno) o investimento para abrir é alto, só na construção gastamos R$ 25 milhões, são três pavimentos; mais montagem, então, uns R$ 30 milhões.
Você esperava chegar a esse ponto ou não?
Vou voltar lá atrás. Eu tinha vontade de ter uma loja, aí veio a segunda, a terceira… então eu sou muito grato a tudo o que tenho, agradeço a Deus, à família, às pessoas, porque uma empresa é gerida por pessoas, e são as pessoas que fazem grande o Supermercados BH.
Você tem algum santo para quem reza todos os dias para o negócio prosperar?
Acredito muito em Deus, sou muito católico, sou devoto de Nossa Senhora Aparecida, rezo todos os dias.
Está com expectativa boa no futebol?
A gente tem que dar os parabéns para o Atlético que ganhou tudo em 2021. Eu, como bom cruzeirense, já tivemos essa alegria, mas tem que parabenizar o Atlético, que merece, e a torcida merece (neste momento, aproxima-se um cliente torcedor gritando “Galo!”). Tenho o maior respeito pelo Atlético, sou amigo das diretorias, do presidente, e merece ser respeitado por nós. E o Cruzeiro a gente espera que volte para a Primeira Divisão, para que fique bom para Minas Gerais.
Seus filhos já estão no negócio?
Tenho três filhos, e dois já trabalham comigo desde os 11 anos. Tem o João Pedro, que é o caçula, que vai fazer 19 anos e vai começar o ano que vem a fazer faculdade, e as famílias do Valtinho e do Valdir. São três famílias que estão trabalhando todos os dias. E esperamos continuar assim.
Você cogita abrir capital na Bolsa de Valores?
Negativo. Vai continuar uma empresa familiar. Eu, na minha idade, comecei do zero, e abrir capital para arrumar patrão para mim, não dou ideia, não.
Para concorrer com os gigantes que têm capital aberto na Bolsa, não é um problema? Porque o pessoal abre capital para ter dinheiro novo, abrir mais lojas e ter capilaridade, não é?
Em toda a minha vida, eu me preocupo com o BH, eu não me preocupo com os gigantes. Então eles vêm e vão, e eu vou fazendo o meu trabalho, eu preocupo em fazer o nosso trabalho e procurar atender melhor a clientela da região com os produtos que eles querem. Eu me preocupo comigo, não me preocupo com a concorrência. Concorrência vai existir mesmo, faz parte.
Fonte: Super Hiper