Só 32% têm área de cibersegurança separada da de Tecnologia da Informação, segundo pesquisa
Por Julia Moura
A maioria das empresas brasileiras diz que é alvo de fraudes e ataques digitais com média ou alta frequência, segundo pesquisa da Mastercard em parceria com o Datafolha.
De acordo com o levantamento, 57% das companhias dos setores de educação, financeiro e seguros, tecnologia e telecomunicações, saúde e varejo afirmam se enquadrar nessa categoria. As que dizem ser atacadas com baixa frequência são 34%, enquanto 8% dizem não ser alvo.
Divulgado nesta terça-feira (1º), o estudo, chamado de “Barômetro da Segurança Digital”, entrevistou decisores da área de tecnologia de 351 empresas, entre os dias 1 e 25 de fevereiro de 2021, por meio de entrevistas telefônicas. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.
Os resultados apontam que, apesar das organizações reconhecerem a importância da cibersegurança, elas não desenvolvem políticas de segurança digital e treinamento para os seus funcionários de forma aprofundada.
Entre os segmentos analisados, os mais preparados em cibersegurança são finanças e seguros e tecnologia e telecomunicações.
De acordo com os entrevistados, apenas 24% das empresas consideram estar bem preparadas para reagir a um ataque cibernético e só 32% delas têm uma área própria de cibersegurança separada do setor de tecnologia da informação (TI), algo considerado fundamental por especialistas de segurança digital.
No caso das empresas de tecnologia e telecomunicação, a maioria (54%) têm um time de cibersegurança independente.
Enquanto a maioria dos responsáveis afirma ter um plano de resposta a um eventual ataque, apenas um terço fez algum tipo de teste preventivo nos três meses antecedentes à realização da pesquisa.
Para 80%, a cibersegurança é considerada muito importante pelas companhias, mas não é uma prioridade no orçamento para 39% delas.
A preocupação é vista como prioridade máxima em apenas 21% das empresas. No caso do setor financeiro e de seguros, a métrica sobe para 39%.
As áreas vistas como mais suscetíveis para ataques de hackers são o departamento financeiro e o banco de dados de seus clientes, sendo que 11% delas afirmaram ter sofrido algum tipo de ataque cibernético em 2020.
O uso de contas pessoais de e-mail, acesso às redes sociais e a navegação na internet são apontadas como as principais ameaças —48% das empresas dizem ter políticas de cibersegurança para funcionários.
Segundo a Mastercard, outro ponto de atenção são terceiros e fornecedores das empresas, que originam grande parte dos ataques cibernéticos.
De acordo com os respondentes, o as principais dificuldades são: conscientizar os profissionais da empresa sobre a importância do assunto e encontrar profissionais qualificados para gerir o sistema de segurança.
Para os entrevistados, investir em cibersegurança traz confiança para gestão dos negócios e credibilidade diante de clientes e parceiros.
“Hoje, mais do que nunca, os consumidores desejam interações simples, rápidas e seguras com quem se relacionam online. O cliente não quer praticidade em detrimento da segurança”, afirma Estanislau Bassols, gerente geral da Mastercard.
A maioria dos entrevistados afirma que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) trará mais benefícios do que prejuízos para as organizações.
Dicas da Mastercard para melhorar a segurança digital:
- Fazer simulações de riscos e fraudes frequentemente –sem esquecer dos parceiros e terceiros;
- Ter uma área focada em cibergurança na companhia;
- Treinar e conscientizar seus funcionários sobre a importância da segurança no ambiente digital;
- Contratar e fazer parcerias com empresas que ofereçam soluções em cibersegurança.
Fonte: Folha de S. Paulo