KPMG identificou quatro macrotendências principais que vão impactar o setor na região a partir deste ano
Por Redação
O cliente está empoderado e se tornou o epicentro do setor, realidade que faz com que as empresas tenham de investir mais na criação de sinergias para o engajamento dos seus públicos e o crescimento sustentável dos negócios. Essa é uma das conclusões da publicação ” Consumo e varejo na América do Sul: principais tendências para 2021 “, conduzida pela KPMG.
“As empresas que quiserem liderar o setor terão que cada vez mais investir em diferenciais. Os mais relevantes estão em novas tecnologias, plataformas digitais para vendas, parcerias entre empresas, cadeias de suprimentos adequadas, integradas e responsivas, uso inteligente de dados, definição de propósito, centralidade no cliente e melhoria das experiências de compras. Enquanto as tecnologias e plataformas permitem a inserção em novos mercados, a reformulação das parcerias busca identificar formas inovadoras para o enfrentamento da crise atual e desafios futuros. Além disso, é importante fortalecer o segmento, ser mais leve por meio da contínua otimização de custos e gerar desenvolvimento, agregando valor a todos os integrantes desse ecossistema”, analisa Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG na América do Sul.
A consultoria identificou quatro macrotendências principais que vão impactar o setor de consumo e varejo na América do Sul em 2021. Saiba quais são:
1. Revisão das parceiras e dos modelos de negócios
Uma das tendências mais representativas dessa mudança está nas plataformas digitais, com ferramentas que estão revolucionando o consumo em toda a cadeia de valor e afetando o varejo, produtos de consumo e consumidores. A transformação ocorre em uma velocidade sem precedentes em direção a uma estratégia omnicanal, considerada a evolução natural do setor. Ainda assim, nem tudo está perdido para o varejo tradicional. Na maioria dos países sul-americanos, o varejo acompanha um processo de digitalização que visa fortalecer o modelo predominante, em que o canal digital busca complementar a estrutura de lojas tradicionais atual.
2. Reconsideração do custo de fazer negócios
Buscar alternativas para aprimorar margens de lucro e reduzir custos é uma prioridade no setor. Com esse objetivo, há necessidade de desvincular receitas dos determinantes tradicionais, buscando equilíbrio entre interesses econômicos e mudanças nos padrões de consumo. Além disso, revisar continuamente o funcionamento da cadeia de suprimentos e usar os dados dos clientes como informação estratégica, alimentando análises preditivas passa a ser ainda mais relevante na agenda dos executivos do setor.
3. O propósito como estratégia
As empresas devem executar iniciativas que aprimoram os níveis de reputação percebidos pelos consumidores e, assim, ampliar a confiança. O cenário atual apenas aguçou a preferência dos consumidores por empresas orientadas a um propósito claro e alinhado com as suas crenças. Os princípios ambientais, de sustentabilidade e de governança corporativa (ESG) são os vértices nos quais a maioria dos setores se apoia para delinear e construir propósito. À medida que os consumidores ficam atentos ao comportamento dos varejistas, as marcas que demonstrarem conduta condizente com as expectativas deles farão com que seu propósito esteja alinhado ao conjunto de valores que seus clientes defendem, mantendo uma posição sólida no mercado e na mente dos consumidores.
4. O poder do consumidor
As empresas devem compreender que os consumidores intensificaram as demandas por segurança, além de produtos e serviços com melhores relações de qualidade e preço. Houve também um aumento dos níveis de consciência social das pessoas sobre meio ambiente, sustentabilidade, diversidade e inclusão. Muitos abandonaram o consumo passivo e se alimentam nas múltiplas fontes de informação disponíveis, exigindo maior transparência e atuando para premiar ou punir as marcas com base em suas experiências. O comércio varejista também está migrando rapidamente de um modelo push (B2C) para um modelo pull (C2B), com o cliente se tornando o epicentro do setor. Nesse cenário, uma estratégia pautada no cliente deve ser sustentada por: análise de dados para entendimento dos hábitos de consumo; modelo de compra omnicanal; experiência de compra que minimiza contatos e torna o processo mais ágil em termos de pagamento, entrega, devolução, troca e resolução de problemas.
“A pesquisa também evidencia que as empresas estão cientes dessas mudanças e querem implementar iniciativas para se manterem atualizadas. Essa transformação é mais perceptível na nova realidade, que tem sido uma impulsionadora importante da transformação digital e da integração de novas tecnologias. Embora este ano possa parecer similar ao anterior em aspectos gerais, os planos nacionais de vacinações permitirão que nos aproximemos de uma nova e definitiva normalidade. O mundo mudou e os clientes são diferentes. É hora de as empresas de consumo fazerem o mesmo“, afirma Paulo Ferezin, sócio-líder de Varejo da KPMG no Brasil.
Fonte: S.A. Varejo