Foco da varejista em 2021 está na digitalização e no reforço ao core business; e-commerce de alimentos deve ter forte expansão nos próximos anos
Por Anderson Figo
Depois da cisão do Assaí (ASAI3), o GPA (PCAR3), dono de marcas como Pão de Açúcar, Extra, Bem Barato e outras, pode vender ativos não estratégicos para focar em digitalização e em seu core business, segundo o CEO do grupo, Jorge Faiçal. A venda incluí até a parcela de cerca de 34% que a empresa tem na C-Nova, e-commerce líder de mercado na França, que vale cerca de 2,4 bilhões de euros.
“A gente tem identificado aqui os ativos que a gente considera não essenciais para a continuidade do nosso negócio. São ativos que geram lucro, geram caixa, geram resultados, mas de alguma forma a gente os considera non core. Os ativos são Uruguai, Argentina, a nossa participação na C-Nova e eventualmente algum negócio de menor envergadura, como por exemplo nosso negócio de drogarias”, disse em live do InfoMoney nesta terça-feira.
“Não existem propostas na mesa. Nós não vamos vender esses negócios a qualquer custo, baratos, porque eles são de fato negócios muito rentáveis. Não existe pressa do controlador para fazer essa venda, e nem pressa aqui nossa de fazer qualquer monetização acelerada disso, fora de seu tempo adequado e fora de seu pricing adequado. Se surgirem boas propostas, boas negociações, a gente sim pode vender, mas até o momento elas são todas empresas que geram e contribuem positivamente para os nossos resultados”, completou.
A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas.
Guillaume Gras, CFO do grupo, disse que o GPA não tem necessidade de venda de ativos. “Nós temos uma geração de caixa operacional muito forte, de R$ 1,7 bilhão, que permite cobrir nosso plano de investimento e também nosso custo financeiro”, afirmou. Gras também citou que a empresa pretende continuar pagando dividendos de 25% do lucro.
Os executivos falaram ainda que há a expectativa de o e-commerce de alimentos crescer mais de sete vezes nos próximos anos, comentaram o aumento da concorrência e como eles podem ser parceiros de marketplaces e grandes varejistas no serviço de venda e delivery de alimentos, falaram sobre digitalização, programa de fidelidade e a estratégia de aumentar a participação das lojas premium Minuto Pão de Açúcar no país. Assista à live completa acima.
Fonte: Infomoney