A pandemia de Covid-19 impulsionou o crescimento do comércio eletrônico no país, levando também a um aumento do número de golpes envolvendo as lojas on-line. De março a dezembro de 2020, foram registradas 3,2 milhões de tentativas de fraude no e-commerce, uma alta de mais de 45% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram identificadas 2,2 milhões de tentativas. Os dados são do Mapa da Fraude divulgado nesta segunda-feira (dia 8) pela empresa de soluções antifraude ClearSale.
Em todo o ano passado, foram 3,5 milhões de tentativas de fraude, o que significa um potencial de perda de R$ 3,6 bilhões para o comércio eletrônico. Isso significa um prejuízo de R$ 7 mil por minuto.
Segundo Omar Jarouche, diretor de Marketing e Soluções da ClearSale, quando um consumidor percebe que foi realizada uma compra em seu nome e pede para o cartão de crédito estornar o pagamento, quem arca com o prejuízo é a loja onde a transação foi feita.
— A cada R$ 100 transacionados, R$ 2,78 são uma tentativa de fraude, que pode ter sido bem sucedida ou não. Acreditamos que o volume de tentativas cresceu na pandemia porque ao mesmo tempo em que o consumidor passou mais tempo dentro de casa, os fraudadores também — explica Jarouche.
O Mapa mostra ainda que os produtos mais visados pelos criminosos são aqueles que podem ser vendidos com facilidade no mercado informal. Celulares, por exemplo, foram o item com maior tentativa de fraude na hora da compra: 4,24%. Em seguida, estão os produtos automotivos (2,22%), e em terceiro lugar a categoria de alimentos (2,1%), que envolve compras em aplicativos de entrega, supermercados on-line etc.
— Foi a primeira vez que a categoria de alimentos apareceu no ranking, e acreditamos que isso esteja diretamente ligado à mudança de comportamento das pessoas na pandemia, que passaram a comprar mais esses produtos pela internet — disse o porta-voz da ClearSale.
Fonte: O Globo