Fundado em 2011, o Méliuz (CASH3) nasceu como uma startup com um modelo de negócio que visa devolver parte do valor gasto em compras para seus clientes, conceito conhecido como cashback. Para que isso seja possível, a empresa possui um marketplace, onde oferece cupons gratuitos em diversas lojas e também um cartão de crédito, em parceria com o Banco Pan (BPAN4), onde oferece o benefício diretamente na fatura.
A companhia abriu seu capital na B3 em 3 de novembro do ano passado e sua ação começou a ser negociada no dia 5, pelo preço de R$ 10 – o IPO levantou R$ 583,4 milhões.
Desde então, a CASH3 disparou e, até às 11h40 desta segunda-feira (1), o ativo possui valorização de 205,24%, a R$ 28,55. Só em 2021, a alta da ação já chega a 90,21%.
Segundo dados operacionais de 2020, a empresa encerrou o ano com mais de 14 milhões de contas em sua plataforma e o Volume Bruto de Mercadorias totalizou mais de R$ 2,5 bilhões, crescimento de 51% ante 2019. Já o cartão Méliuz atingiu a marca de mais de 2,8 milhões de solicitações – número 16 vezes maior ao do ano anterior.
Confira a entrevista exclusiva de Israel Salmen, CEO do Méliuz, ao E-Investidor sobre quais são os planos da empresa daqui para frente.
E-Investidor: O que explica a forte valorização da CASH3?
Salmen – No nosso IPO, a gente vendeu apenas nosso bussiness principal, o marketplace e o cartão de crédito. Mostramos nosso plano de crescimento nessas linhas e isso foi precificado na operação.
O primeiro salto foi logo depois de algumas divulgações, como os números da Black Friday e os dados operacionais de 2020, que foi uma ótima surpresa. Tivemos um excelente ano e o mercado gostou muito disso.
Com isso, no nosso pitch pós-IPO mostramos que estamos indo muito bem no que propomos, alcançando uma base de 14 milhões de pessoas, e que temos potencial de explorar vários outros produtos. O mercado está precificando nosso futuro com base na capacidade que temos para entregar no futuro.
E-Investidor: Qual o futuro do Méliuz?
Salmen – O Méliuz nasceu como uma empresa de tecnologia. Então, temos a capacidade de inovar, criar novas soluções e explorar novos produtos muito rápido. Para continuarmos crescendo, temos que focar na execução de tudo isso.
Temos que continuar ampliando nosso modelo de negócio principal, o marketplace e o cartão de crédito, porque são muito escaláveis.
Hoje, trabalhamos apenas no comércio on-line brasileiro, mas temos uma clara oportunidade de captar o bom momento do e-commerce mundial. Já existe uma iniciativa aqui sobre como podemos fazer esse movimento de forma eficiente.
Será algo para ter uma base de clientes nos EUA, Europa, etc…Nossa ideia é ter usuários de outros países. Nosso time vem estudando isso há um bom tempo, o que nos deixa muito animados.
E-Investidor: Quais são os novos produtos que o Méliuz vai apostar?
Salmen – Não podemos desconsiderar que temos mais de R$ 300 milhões em caixa e uma parte desses recursos está focada em M&A. Então, existe essa possibilidade muito grande de faturamento se conseguirmos adicionar novos negócios através da compra.
Mas mais do que isso, no entanto, temos um desafio muito grande de nos cercar de pessoas qualificadas para operar essas novas oportunidades que não exploramos, como novos produtos financeiros e novas linhas de negócios em geral.
Já colocamos algumas parcerias novas no ar e estamos trabalhando com crédito pessoal, consignado e seguros. Estamos adicionando esses parceiros e buscamos novas oportunidades para nos deixar cada vez mais bem posicionados em mercados distintos.
E-Investidor: Qual o perfil de empresa que buscam ter como parceira/adquirir?
Salmen – Somos vendedores de picaretas na corrida ouro e buscamos empresas de tecnologia que também sejam assim e sejam saudáveis financeiramente. A primeira corrida que entramos com força foi a do e-commerce e depois a financeira, com o cartão, mas ainda queremos expandir nela.
Então, estamos olhando com prioridade para fintechs de crédito, seguros e investimentos. Tudo neste sentido que possa agregar ao Grupo Méliuz e alavancar nossa base de 14 milhões de clientes, nós estamos interessados.
Fonte: E-Investidor