Em 2020, foi a agenda da transformação digital que moveu as empresas de varejo. No entanto, ficou claro que a infraestrutura é o que faz, de fato, uma empresa mudar de patamar em termos de estratégia omnichannel. “Não é possível pensar em uma agenda de transformação digital sem mexer na agenda estrutural de tecnologia. As empresas começam a buscar a omnicanalidade como forma de tornar o digital mais rentável e economicamente viável, usando a loja principalmente. Mas, quando começam a fazer isso, percebem que sem investir em tecnologia para sustentar essa agenda, não será possível”, analisou Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Educação e Consultoria , durante o Exchange Connect 2020, evento da Manhattan Associates , empresa especializada em soluções de tecnologia para supply chain e comércio omnichannel.
Logística em transformação
Eduardo Terra lembrou, ainda, que sistemas de supply, abastecimento e logística também passam por transformação. Se antes bastava ter centro de distribuição, pessoas e processos para operar uma estrutura de distribuição e logística, agora essa operação passou a ser intensiva em tecnologia e inovação. “Quando vemos as soluções de tecnologia da Manhattan que estão sendo adotadas pelas empresas, como o OMS, WMS e o TMS, vemos que elas estão construindo uma espécie de espinha dorsal com tecnologia e dados que começa no ponto de venda e passa por processos integrados que vão garantir fluidez, visão única de cliente e produto, e poucos erros e atritos, fazendo com que a cadeia de pedidos, abastecimento e visão de cliente funcionem bem em todo o processo”, afirma.
Novo comportamento de consumo
Quem está puxando a nova agenda do setor é o próprio shopper, que mudou o comportamento durante a pandemia e exigiu adaptações por parte das redes varejistas. “Antes da pandemia já tínhamos um mercado de cidadãos digitais, mas não tínhamos ainda um mercado de consumidores digitais, que é o que a pandemia trouxe com os pontos de venda físicos fechados. As pessoas foram ‘forçadas’ a comprar online e agora as empresas estão buscando atender essa nova jornada do consumidor”, resume Eduardo Terra.
Nesse cenário, cresce o varejo digital em todas as suas plataformas e possibilidades, mas isso não significa que a loja física perdeu relevância. Pelo contrário, ganhou novas funcionalidades. “A loja evolui seu papel para ser um ponto de entrega, de logística, retirada, serviço, engajamento e eficiência. Ela passou a ser muito mais proativa”, explicou Alberto Serrentino, CEO da Varese Retail , também em apresentação no evento da Manhattan Associates.
Fonte: S.A. Varejo