O Brasil tem o segundo maior mercado pet do mundo, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Já são mais de 139 milhões de animais domésticos e o faturamento em 2018 foi de R$ 20,3 bilhões.
De olho nesse potencial, o empreendedor Rodrigo Albuquerque trouxe para o país a franquia norte-americana Petland, fundada em 1967. De lá para cá, a rede já acumulou quase 100 lojas. No ano passado, o faturamento foi de aproximadamente R$ 115 milhões.
Estes resultados transformaram o Brasil no segundo maior para a Petland no mundo em termos de vendas e o primeiro em quantidade de unidades. A matriz norte-americana, inclusive, já demonstrou interesse em se tornar sócia da operação brasileira – movimento que pode acontecer ainda em 2020, segundo o empreendedor.
O plano agora é acelerar ainda mais essa expansão – quadruplicar em apenas seis anos, para ser mais exato. Para reduzir o tempo de aprovação de candidatos à franquia e aumentar o ritmo de abertura, Albuquerque diz que investirá majoritariamente em mídia online, mas com foco total na captação de leads. Ele não revela o valor a ser aplicado na área.
O empreendedor também menciona a ampliação da parceria com a Serasa Experian para análise dos perfis dos interessados em abrir unidades da marca. Isso ajuda a eliminar candidatos que não tenham bom histórico com crédito ou com gestão de empresas próprias, por exemplo.
Atualmente, ele recebe cerca de 300 pedidos de franquia por mês. Com o investimento, estima receber cerca de 800 no mesmo período. Com isso, ele espera chegar a 400 lojas em seis anos.
Atualmente, o período de negociação entre o envio da ficha de interesse até a assinatura de contrato é de em média 120 dias. O perfil do interessado também determina o direcionamento da loja a ser aberta, o que faz com que o risco e os gastos sejam reduzidos.
“Precisamos encontrar o perfil adequado, ou seja, descobrir se a pessoa está pronta para tornar o negócio rentável e se entende o perfil do local onde irá atuar”, diz Albuquerque. “Os relatórios de análise dos franqueados nos ajudam a minimizar riscos e dar a melhor orientação quanto ao fluxo de caixa. Também nos oferecem um direcionamento sobre se aquilo que o franqueado deseja é compatível com a realidade do negócio.”
Parceria analisa comportamento de crédito do franqueado
A Serasa oferece um banco de dados com várias informações, mas principalmente o comportamento de crédito de pessoa física e jurídica. “Geralmente, os nossos relatórios são usados para decisões de crédito, e o empreendedor o usa para escolher seus franqueados. Um dos pilares para uma pessoa ser um bom franqueado é sua saúde financeira, se tem lastro bom, porque isso com certeza vai ser uma variável para dizer se ela tem perfil para ser empresária”, explica a diretora de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Fernanda Monnerat.
A especialista comenta que, no caso de franquias, a análise do histórico do candidato como pessoa jurídica, quando ele já for dono de outra empresa, pode ajudar a entender como será a rotina da futura unidade franqueada.
Quer ser o líder do mercado
Albuquerque tem um objetivo claro com a aceleração da expansão: dominar o mercado. Ao mesmo tempo que segmento pet cresce no Brasil, falta profissionalização do varejo, na visão do empreendedor. “O mercado não é formado por redes, mais de 90% dos lojistas só têm uma loja. Este formato é o grande protagonista desse setor, o que torna um problema transformar o petshop em um negócio rentável.”
Além da expansão, ele também menciona movimentos importantes que fez nos últimos tempos, como a recompra de duas lojas franqueadas para ter unidades próprias – que costumam ser utilizadas como laboratório ou até termômetro de novidades para redes de franquia. Outros destaques são o investimento em produtos de marca própria, que hoje dominam as vendas nas lojas, e a previsão de investir R$ 2,5 milhões em tecnologia para 2020.
Recentemente, o empreendedor também comprou o e-commerce Geração Pet. “Essa distribuição geográfica me permite usar as lojas como centro de distribuição. A ideia é gerar mais um canal de venda para o franqueado e inteligência na gestão de estoque dele”, comenta.
Fonte: PEGN