Em 2013, quando o fundo americano de private equity Warburg Pincus adquiriu 55% do capital da Petz, a rede de pet shop detinha 27 lojas e uma receita de R$ 200 milhões. O objetivo da gestora era transformar a marca na maior operação da América Latina e em uma das cinco maiores do mundo em cuidado com os animais até 2020. Cinco anos depois, a Petz está perto de cumprir esse plano. Após a consolidação da nova governança corporativa e da injeção de dinheiro para a expansão, ela deve se tornar a maior do País no próximo ano, tanto em faturamento como em número de unidades, ultrapassando a Cobasi, sua principal competidora – seu crescimento médio anual é de 30% ante um avanço abaixo de 20% da rival, nos últimos três anos. A Petz deve encerrar 2018 com 82 lojas e um faturamento de R$ 920 milhões. Em 2019, a projeção é terminar o ano com 116 unidades e R$ 1,3 bilhão de receita. “Devemos ser a quinta ou sexta rede de pet shop do mundo em 2020”, diz Sergio Zimerman, presidente e fundador da Petz. Para isso, terá de ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão para alcançar essa posição no ranking da Euromonitor.
Hoje, a empresa está presente em quase todos os Estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Nos próximos meses, a Petz irá inaugurar lojas em Santa Catarina e no Espírito Santo, locais que ainda não contam com uma unidade da marca. Em 2019, a expansão começa no Nordeste, com contratos fechados em Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Natal (RN) e João Pessoa (PB). Para se diferenciar, a Petz passou a oferecer serviços, além da oferta de 20 mil produtos. A unidade inaugurada na avenida Ricardo Jafet, na zona sul de São Paulo, em setembro deste ano é considerada o modelo a ser replicado. Com investimento de R$ 16 milhões, ela conta com uma área de playground e um setor de adoção. Até dezembro, será aberto o day care – uma espécie de creche para cães e gatos –, um centro veterinário de última geração e um hotel. “O grande desafio dessas grandes lojas é não perder o aspecto de lojas especializadas”, diz Nelo Marraccini, vice-presidente de comércio e serviços do Instituto Pet Brasil.
O Brasil é um mercado bastante relevante para essas empresas. Com mais de 132 milhões de animais de estimação, segundo o IBGE, o segmento movimentou R$ 32,9 bilhões em 2017. O País aparece como o terceiro maior do mundo, com uma participação de 5,1%, atrás dos EUA (42,2%) e do Reino Unido (5,4%). O mercado global movimenta US$ 105,3 bilhões. “Hoje, os animais de estimação têm despesas que vão da ração aos brinquedos”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. “Por isso, o gasto das famílias nessa categoria cresce mais do que cresce a economia.”
Fonte: IstoÉ Dinheiro